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Resenha: Livro-me, Áurea Stela

Talvez o leitor possa considerar que o título desta obra sugira que alguém necessite desfazer-se de alguma coisa. A licença poética, contudo, permite-me transformar o substantivo “livro” em verbo. Neste caso, o verbo “livrar-se” toma para si o sentido do substantivo e deixa de significar tornar-se livre de alguma coisa, passando a exprimir a ideia de transformar-se em livro.

“Estou envolvida até o último fio de cabelo com a palavra. É uma relação de fiel cumplicidade. Eu a escrevo. Ela me descreve e explica. Eu a calo em mim. Ela diz tudo o que em mim é ininteligível. Eu dela abuso e uso prosa e verso. É ela que faz de mim poesia. Com a palavra na mão, não há solidão. Ela conta a minha história e as histórias que quero contar. É uma troca incessante entre palavras e imagens minuciosamente por elas construídas. ” Áurea Stella, 2013.

Foram com essas palavras que Áurea Stella me arrebatou em minha primeira leitura de um livro de sua autoria intitulado Livro-me, publicado pela Editora Pandorga. “Palavra minha lavra”, o primeiro de uma compilação de textos é a transcrição mais autêntica do eu-escritor/ eu-leitor de qualquer apaixonado pela leitura. A fiel tradução do mais ínfimo envolvimento entre uma pessoa e a palavra até o mais extremo relacionamento entre o ledor e a palavramundo.

Palavra essa que transforma e evolui o homem em suas habilidades retornando a sua gênese, distanciando-o de seu status quo autodestrutivo; portanto, o torna um ser mais sensível, ser mais crítico, ser mais humano.
Áurea Stella escreve para o seu leitor um diário de estilhaços, um devocional de observações dos questionamentos do cotidiano com uma leve pegada filosófica e jogo de ideias, tecendo assim um texto leve e profundo.
Alguns títulos que são encontrados no livro (exemplifiquei aqueles que marcaram a minha memória ao remeter a obra futuramente):

  • Só queria entender (p.53)
  • Todo mundo (p.45)
  • E a vida o que é? (p.31)
  • Confuso (p.39)
  • Não é para entender (p.57)
  • Quem sou (p.79)

Exemplo o fragmento denominado de “Minha morte”, dialética nem de longe tão simplista e nem de perto tão usual, a ressignificação do conceito morte e a sua justificativa prende a atenção em uma leitura ligeira. Rapidez, essa é uma característica marcante nos escritos da autora. Os textos não são extensos e com uma linguagem bem simples e objetiva, a escritora alcança qualquer tipo de leitor, seja experiente ou calouro. Sem contar na estética do livro, gracioso.

Cada texto um conto, cada conto um retalho e a cada retalho uma nova forma de vestir uma ideia. Ao tentar entender o livro, é possível compará-lo a um diário, pois em cada texto está descrito o dia de sua criação. Ao todo são trinta e seis textos e entre eles: contos (a maioria) e poemas (alguns), distribuídos em 123 páginas.

Não “livro-me” da possibilidade de reler este livro futuramente.

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Resenha: Muito amor, por favor, Arthur Aguiar, Frederico Elboni, Ique Carvalho & Matheus Rocha

Este livro reúne textos que mostram o amor do ponto de vista de quatro jovens que escrevem sobre relacionamentos legítimos e atuais, que souberam se reinventar. Sem medo de expressar seus sentimentos, deixam para trás estereótipos já obsoletos – como o controlador machista ou o piegas choroso – e falam sobre viver a dois e sobre a natureza das relações em todos os seus aspectos. Assim, cada autor reflete sobre o amor representado por um elemento: Arthur Aguiar escreve que “O amor é água”, dizendo que ele é fluido, mas por vezes gelado; ora tempestade, ora profundo. Fred Elboni explica que “O amor é ar”, mostrando a leveza de se amar sem sofrer, da brisa que envolve os apaixonados, mas que por vezes torna-se furacão. Ique Carvalho se debruça sobre quando “O amor é fogo”, que arde, aquece a alma, mas que também pode incendiar até doer. E Matheus Rocha conta que “O amor é terra”, estável, tranquilo, mas que não escapa dos terremotos da vida, que tiram tudo do lugar para que a rotina não o extermine. Um livro apaixonante, para quem ama e para quem quer amar um dia… e sempre.
– O Amor É Água
Arthur Aguiar escreve sobre o amor quando ele é como a água: pode ser agradavelmente quente ou ferir se ficar gelado e rígido. Por vezes é tempestade, por vezes, calmaria. Mas quando é fluido, torna-se profundo e amolda-se a tudo.
– O Amor É Ar
Frederico Elboni fala sobre o amor ar, aquele que é leve, que eleva, faz flutuar. Mostra como é amar sem peso, sem amarras. Mesmo quando vem um vendaval, logo volta a ser a brisa, envolvendo os apaixonados com carinho e cuidado.
– O Amor É Fogo
Ique Carvalho escreve sobre o amor quando ele é fogo, que arde, arrebata, aquece a alma, mas às vezes incendeia até doer. Pode se manter como brasa por muito tempo, aguardando a chance de ser chama de novo, ou até renascer das cinzas
– O Amor É Terra
Matheus Rocha fala sobre do amor do tipo terra, aquele estável, certo, que traz segurança, mas que pode, de vez em quando, provocar terremotos que abalam estruturas, tiram tudo do lugar e viram a rotina de ponta-cabeça.

Vamos falar de amor? O livro “Muito Amor, Por Favor”, retrata uma série de histórias muito apaixonantes. Escrito por quatro autores, Arthur Aguiar, Frederico Elboni, Ique Carvalho e Matheus Rocha, em que cada um apresenta seu amor, que pode acontecer de várias formas diferentes.

Baseado em alguns de seus relacionamentos os textos nos permite ter a ideia do amor sentido nos quatro elementos da natureza: terra, água, fogo e ar.

Arthur Aguiar fala do seu amor sendo água, tranquilo como uma lagoa ou mesmo agitado feito uma tempestade. Já Frederico Elboni, se diz sendo o ar, o amor leve. Ique Carvalho é o fogo, aquele amor ardente feito brasa, e Matheus Rocha tem o amor terra, seguro e estável.

Sempre acreditei que o amor é como a lágrima no momento em que sai dos nossos olhos. Quando ela surge e se forma, e os começam a ficar cheios d’água, já não existe mais nada que possamos fazer para evitar que caia e escorra pelo nosso rosto. Não há como controlar uma lágrima.

O texto é dividido em crônicas com várias histórias, e muitas delas contam suas experiências amorosas e envolventes, que conseguimos sentir e também nos identificar, porque muitos de nós já tiveram amores assim – e na maioria das vezes, é um amor com todos os elementos misturados.

Muito bem indicado para pessoas que gostam de romance com bastante amorzinho (porque romance não é só história de amor, né?), principalmente para quem está apaixonado, mas também para quem não está e quer se prender nas entrelinhas de um amor que pode chegar a qualquer momento. É uma ótima pedida para todos os casos!

É um livro muito bem escrito e com uma ótima finalização no enredo porque consegui me ver em muitas das histórias, na forma de ver e sentir os amores narrados. Algumas delas até parecem aquela coisa toda que só acontecem nos filmes, e nos bate “aquela” invejinha de poxa isso nunca aconteceu comigo ou nem vai acontecer, mas ainda sempre temos a esperança (é a ultima que morre, né?).

Cante as coisas do coração comigo? Aperte a minha nuca enquanto me beija? Vamos sincronizar nossas respirações? Me deixe, só hoje, te fazer leveza? Quero me enrolar nos dizeres só para você perceber a delícia do sentimento que há aqui dentro. Juntos vamos aprender a lidar com as emoções que virão. Sim, eu também tenho meus medos, mas vamos esquecê-los para que, nesse nosso beijo, só haja carinho e alegria. Um sopro de paraíso no meio da loucura da vida.

E se você atualmente tem um relacionamento e ainda está naquela fase toda mil amores dos primeiros meses, vale muito a pena ler juntinho com o mozão ou a mozona, que vai ajudar a perpetuar a chama do romance para ela durar para todo sempre!

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Resenha: Fogo Contra Fogo, Jenny Han & Siobhan Vivian

A festa de Ano-novo terminou com uma tragédia irreparável, e Mary, Kat e Lillia podem não estar preparadas para o que está por vir. Após a morte de Rennie, Kat e Lillia tentam entender os acontecimentos fatais daquela noite. Ambas se culpam pela tragédia. Se Lillia não tivesse se apaixonado por Reevie. Se Kat não tivesse deixado Rennie ter partido sozinha. Se a vingança não tivesse ido longe demais, talvez as coisas seriam como antes. Agora, elas nunca mais serão as mesmas. Apenas Mary sabe a verdade sobre aquela noite. Sobre o que ela realmente é. Também descobriu a verdade sobre Lillia e Reeve terem se apaixonado, sobre Reeve ser feliz quando tudo o que ele merece é o sofrimento, assim como ela ainda sofre. Para Mary, as tentativas infantis de vingança ficaram no passado, ela está fora de controle e pretende sujar suas mãos de sangue, afinal, não tem mais nada a perder.

“Fogo contra fogo” é o terceiro livro da trilogia de Jenny Han  e Siobhan Vivian. No primeiro volume, “Olho por olho”, somo apresentados à Lillia, Kat e Mary, que tomam turnos na narração dos capítulos. O primeiro livro narra a volta de Mary à Ilha de Jar. A três se juntam para colocar em pratica uma vingança contra alguns de seus “ex amigos”. O segundo livro “Dente por dente”, mostra a consequência da vingança das meninas contra um dos amigos, Reeve. Infelizmente, por causa de um acidente, uma amiga próxima das meninas morre.

O terceiro livro começa exatamente no funeral da personagem. Durante o livro, somos apresentados a uma circunstância, ou até mesmo um segredo, sobre a personagem Mary que muda o rumo de todas as histórias. A sede de vingança de Mary por Reeve ainda permanece, e isso tira a menina cada vez mais do controle de suas ações. Lillia, uma das personagens principais, é quem está no momento mais confuso sem saber o que fazer. Ela vive uma batalha entre seus sentimentos e a vingança que prometeu às amigas.

A narrativa flui facilmente e provoca muita curiosidade ao leitor. O foco do terceiro volume é a descoberta de Lillia e Kat sobre quem (ou o que) Mary é e como elas vão lidar com isso. Nesse terceiro livro em específico podemos aprender a importância dos laços afetivos na vida das pessoas, especialmente adolescente. As autoras deixam também bem nítida a ideia de que é necessário refletir sobre suas atitudes e como um simples ato pode mudar a vida de alguém para sempre.

O fim do livro é totalmente surpreendente e te prende em cada palavra e decisão das personagens no meio de toda a vingança e ódio. Tudo acontece de forma muita rápida e eletrizante, com várias reviravoltas assustadoras e de tirar o fôlego.

“Os estivadores vêm correndo. Não conseguem acreditar nos próprios olhos. Sei que um deles vai acabar identificando de quem era o barco e vai chamar Kat e lhe contar que ele foi destruído. Sinto muito, Kat. Mas você sabia onde estava se metendo.Na verdade, não sinto nada. Nem um pouquinho.Elas merecem ser punidas. Agora, Reeve – ele merece muito mais. Merece morrer.”

A trilogia vale muita a pena não apenas para adolescentes, mas também adultos por se tratar de um tema atemporal descrito de uma forma muito cuidadosa e dinâmica. É necessário, porém, ficar atento aos gatilhos que a história pode provocar, já que ela é recheada de sexo, bebidas, morte, suicídio e bullying. “Fogo contra fogo” fecha de uma forma muito redonda e amarrada uma história que não permite o leitor a desgrudar do livro nem por um segundo.

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Resenha: Amor Plus Size, Larissa Siriani

Maitê Passos é uma garota linda, de dezessete anos e mais de cem quilos. Ela passou a infância e a adolescência sendo resumida ao peso. Mas e quando é justamente esse o fator que pode mudar completamente a sua vida?
Em meio ao turbilhão do ensino médio, com uma mãe obcecada por dietas, um crush antigo por Alexandre, o cara mais gato da escola, e uma amizade deliciosa com Isaac, fotógrafo amador, Maitê vai descobrir que não precisa ser igual a todas as outras meninas para ser feliz. 
Neste romance corajoso e cheio de reviravoltas, Larissa Siriani narra a história de uma jovem descobrindo seu lugar no mundo, construindo uma jornada incrível de autoconhecimento, aceitação e empoderamento.

O livro Amor Plus Size da Larissa Siriani (Verus Editora) foi uma grata surpresa para mim! Apesar de adorar ler livros YA (Young Adults/Jovem Adulto), meu foco sempre foi nos romances de fantasia e ficção científica, então eu sempre “fugi” de livros focados na vida de adolescentes que não tivessem nenhum elemento sobrenatural nele. O motivo, além de eu simplesmente ser apaixonada por fantasia, principalmente em fantasia urbana; era porque geralmente esses romances (na minha percepção) eram focados em apenas duas coisas: problemas na escola e garotos (e essa sou eu, generalizando muuuito, sei que tem romances YAs focados na adolescência dos personagens, principalmente agora, que vão muito além disso). Esse era um dos motivos, por exemplo, de apesar de amar a Meg Cabot, não curtir muito O Diário da Princesa, e preferir A Mediadora (eu sei que YAs sobrenaturais também trazem dramas na escola e com garotos, mas geralmente, é focado mais no enredo fantástico do que nos dramas adolescentes).

Imagem: Verus Editora

Mas, a vida é feita de desconstruções e aprendizagens, e aproveitando que eu estava em um momento mais calmo da minha vida, resolvi realizar dois desafios literários que fiz para mim mesma: ler um autor nacional contemporâneo (de preferência uma autora) e ler um YA que não fosse sobrenatural. Calhou de eu escolher Amor Plus Size, que reúne as duas categorias. Peguei meu Kindle e mergulhei fundo no mundo da Maitê, e não me arrependi!

ALGUNS SPOILERS ABAIXO:

Imagem: Verus Editora

Maitê Passos é uma garota comum, como eu fui (e ainda sou em muitos aspectos) e como você provavelmente foi/é: não é popular, não tira notas muito boas, está no último ano do Ensino Médio e com isso está passando pela pressão do vestibular, tem um crush no garoto mais popular da sala, e sofre bullying pelo seu peso. Maitê pesa 110 quilos, e vive sofrendo pressões de todos os lados para emagrecer: de sua mãe, que vive levando ela  ao médico, tentando mil dietas, e faz comentários, que sem ela perceber, machucam e muito a sua filha; da sociedade de um modo geral, sendo personificado pelos bullies do colégio; e dela mesma. Esse último é o mais constante.

Larissa utilizou muito bem a primeira pessoa, pois nos conectamos rapidamente com a personagem, já que constantemente estamos expostos aos seus medos e inseguranças. Para mim, esse foi um dos pontos altos do livro, pois muitos dos pensamentos que Maitê teve sobre o seu peso, e suas reações aos comentários gordofóbicos, principalmente aqueles que não possuíam intenção, mas machucavam mesmo assim; eram pensamentos que eu já tive/tenho. Constantemente, principalmente nós mulheres, sofremos com os padrões de beleza impostos pela sociedade: temos que ser belas, magras, mas não muito magras, precisamos ter curvas, mas não muitas curvas, precisamos ter o cabelo perfeito (de preferência comprido e liso), precisamos ser femininas; enfim precisamos ser perfeitas para sermos “aceitas” pela sociedade.

– Mas será que é o suficiente? Tipo, ser eu mesma? Será que é o bastante?

E esse ideal de perfeição nos atinge de todos os lados, principalmente pela mídia, e desde muito cedo, nos fazendo odiar a nós mesmas, de não querermos nem olhar para o espelho porque não gostamos de nada que vemos ali. Fazemos dietas malucas para atingir um ideal de peso cruel para os nossos corpos, queremos fazer cirurgias e mudar cada detalhe que achamos feio ou horrível em nós mesmas, pois não conseguimos olhar para o espelho sem achar que tem algo errado. Nossos pensamentos nos mutilam e nos machucam, e são constantes. Não à toa que distúrbios alimentares são mais frequentes em mulheres: somos ensinadas a nos odiar, de nunca acharmos que somos bonitas.

Como eu disse, Larissa utilizou muito bem a primeira pessoa, pois juntos com a protagonista, vemos os seus pensamentos, de auto-depreciativos se tornarem empoderadores gradualmente durante a narrativa. Vamos aprendendo com Maitê a nos aceitarmos como somos, que o importante não era as opiniões externas e sim estar bem consigo mesma. Maitê, ao se tornar uma modelo plus size, começa a se enxergar de outra forma, a ver suas qualidades, não só externas, mas, principalmente, internas. A finalmente se conhecer e poder ser essa pessoa maravilhosa e segura que ela era, mas não enxergava isso.

– Eu não quero perder peso, eu não quero mudar, eu quero me sentir bem do jeito que eu sou. Eu quero me sentir bonita. Quero conseguir olhar no espelho e não ter vergonha do tamanho do meu manequim.

Maitê não tem muitos amigos no colégio. Ela tem apenas duas amigas que estão no segundo ano: Josi e Valentina. As duas personagens são ótimas e apesar de estarem em segundo plano, a existência das duas não se resumem apenas a protagonista, o que é ótimo. Também adorei ver que a personagem tinha duas amigas, pois é sempre bom ver amizades femininas, principalmente adolescentes, serem retratadas.

Maitê é constantemente atormentada por Maria Eduarda, a garota mais popular do colégio e a que pratica constantemente bullying com Maitê. Maria Eduarda é, para Maitê, o ideal de beleza: loira, magra, cabelo e roupas impecáveis; Maria Eduarda poderia estar em uma dessas capas de revistas para adolescentes.  Ela também é uma das personagens mais complexas e interessantes do livro, além da Maitê. No início do enredo, Maria Eduarda parece ser o clichê da mean girl do colégio: bonita, popular, bullie, e que “rouba” o interesse amoroso de Maitê. Mas, aos poucos que o enredo se desenvolve, vemos que Maria Eduarda também possui os seus complexos ligados à aparência, e que por trás da aparência impecável está uma menina que sofre de distúrbios alimentares e que está se matando aos poucos. O desenvolvimento da personagem é uma das melhores coisas que já tive o prazer de ler em romances YA, e adorei como a autora utilizou o clichê da garota má e popular e foi desconstruindo aos poucos.

O desenvolvimento da sua relação com Maitê, de bullie para uma amiga, também foi muito bom, e ver garotas apoiando garotas, apesar das diferenças é sempre bom de se ver retratado. Porém, algo que me incomodou durante o enredo foi aquele velho clichê de garotas que brigam por um garoto, com Maitê, Josi e Valentina chamando Maria Eduarda de vadia, e etc. Maria Eduarda era uma pessoa horrível pois praticava bullie, mas para as meninas ela era uma vadia porque começou a namorar o crush da protagonista. Sei que isso é comum, mas não me deixou de incomodar durante a leitura.

Era tão surreal que uma garota tão bonita como a Maria Eduarda pudesse ser tão… danificada por dentro. Sempre a tinha achado tão segura, mas podia ver agora que sua incerteza sobre si era grande o bastante para deixá-la à beira do abismo.

Agora os dois interesses amorosos de Maitê: Alexandre e Isaac. Alexandre é o crush de Maitê e o garoto mais popular da escola. Ele e Maitê desenvolvem uma amizade bem legal, e gostei que rolou um expectativa x realidade no desenvolvimento do relacionamento dos dois. Maitê sempre fantasiou e criou expectativas em namorar Alexandre, mas era algo puramente platônico. Quando realmente rolou algo entre eles, não foi como (e nem na hora) que ela esperava.

Era legal dar asas à imaginação, mas fantasiar sobre amar uma pessoa não era a mesma coisa do que sentir pra valer.

Já Isaac, aah Isaac! Amor supremo por esse menino e ele e Maitê são perfeitos juntos, já estava escrito OTP, antes mesmo do ship se concretizar, mas a amizade deles em si é linda demais. Isaac é o vizinho fotógrafo e melhor amigo (mais que amigo, friend) da Maitê, e super a apoia em todos os momentos, sempre a colocando pra cima, e tentando fazê-la enxergar suas qualidades e o quanto ela é maravilhosa. É por causa das fotos dele, inclusive, que Maitê é descoberta por um agente de modelos e começa a sua carreira de modelo.

O abraço dele tinha o estranho poder de fazer com que eu me sentisse em casa, protegida.

Outro ótimo desenvolvimento é a relação da Maitê com a sua mãe, que vai passando por mudanças ao longo da narrativa. Assim como Maitê, sua mãe também passa enxergar a filha como a pessoa maravilhosa que ela é, e não apenas os supostos defeitos que ela via na filha. Ela não percebia o quanto seus comentários a machucavam, o que é o retrato da nossa sociedade que é gordofóbica, muitas vezes sem perceber, achando que estão se preocupando com a saúde e o bem-estar.

-Eu tenho sorte por ter uma filha como você, Maitê.

Em resumo, Amor Plus Size é um livro maravilhoso e extremamente necessário, principalmente para as adolescentes, que estão passando pela fase mais complexa e complicada de suas vidas, rodeadas por padrões cruéis de beleza, e as mais afetadas. Já conhecia Larissa Siriani, mas ainda não tinha lido efetivamente nada dela (apenas um conto), e fiquei apaixonada por sua escrita simples e o modo como desenvolveu esses personagens, tão próximos e identificáveis com a nossa realidade. Vou, com certeza acompanhar o trabalho dela daqui para frente (ansiosa desde já por Princesas GPower , que possui além de Larissa, outras autoras maravilhosas: Janaina Rico, Mila Wander e Thati Machado).

Vocês podem acompanhar e conhecer mais a Larissa Siriani pelo seu canal no Youtube e Twitter.

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Resenha: Corte de Espinhos e Rosas, Sarah J. Maas

Nesse misto de A Bela e A Fera e Game of Thrones, Sarah J. Maas cria um universo repleto de ação, intrigas e romance. Depois de anos sendo escravizados pelas fadas, os humanos conseguiram se libertar e coexistem com os seres místicos. Cerca de cinco séculos após a guerra que definiu o futuro das espécies, Feyre, filha de um casal de mercadores, é forçada a se tornar uma caçadora para ajudar a família. Após matar uma fada zoomórfica transformada em lobo, uma criatura bestial surge exigindo uma reparação. Arrastada para uma terra mágica e traiçoeira — que ela só conhecia através de lendas —, a jovem descobre que seu captor não é um animal, mas Tamlin, senhor da Corte Feérica da Primavera. À medida que ela descobre mais sobre este mundo onde a magia impera, seus sentimentos por Tamlin passam da mais pura hostilidade até uma paixão avassaladora. Enquanto isso, uma sinistra e antiga sombra avança sobre o mundo das fadas e Feyre deve provar seu amor para detê-la… ou Tamlin e seu povo estarão condenados.

Faz um tempinho que não venho aqui falar sobre o que ando lendo por inúmeros fatores… é a faculdade? é sim, mas principalmente é a falta de ânimo que venho tendo com as minhas leituras. Sempre as mesmas histórias base, disfarçadas por personagens com os outros nomes e cometendo os mesmos erros… estaria eu enjoada do mundo young adult? Para me tirar da minha monotonia e me fazer mergulhar completamente numa história nova e diferente de tudo que lá li chega Corte de Espinhos e Rosas.

O livro começa nos apresentando Feyre, uma jovem de 19 anos que luta sozinha pela sobrevivência da sua família. Após a morte da sua esposa, o pai de Feyre tomado pela depressão, negligenciou a família e Feyre se vê na obrigação de sair e caçar comida para ela e para suas irmãs, bem como cozinhar e cuidar de todos.
Em uma noite fria, nossa protagonista mata um lobo especialmente estranho e ameaçador. Feliz em voltar com comida que duraria semanas, Feyre nem imagina que ali mudou o completamente o destino de sua vida.

Quando comecei a ler confesso que estava bem desanimada… mais uma distopia, mais uma mocinha de caráter forte, que batalha pela sua vida mas espera docemente por um príncipe para começar a viver de verdade. Como fiquei feliz em conhecer Feyre. Na verdade ela passa longe de ser uma dama aguardando o homem perfeito. Ela é mal humorada, não sabe ler nem escrever, é excelente no arco e flecha e tem um caso (sexual, não amoroso) com seu vizinho. Nesse momento do livro conhecemos pouco seu pai e suas irmãs, o que me parece uma perda enorme. Mas com o passar da leitura eles se tornam extremamente importantes para a série como um todo, principalmente Nesta, que até os dias de hoje ainda não decidi se amo ou odeio.

Em mais uma noite fria, a cabana da família é invadida por uma fera imensa nunca antes vista. Com ele, o ar de magia não deixa dúvidas: a besta é um féerico e foi até ali buscando vingança pela morte do seu amigo, o lobo. E como pagamento ele exige que Feyre se entregue. Com medo do que a fera pode fazer a sua família, Feyre parte rumo ao desconhecido: é levada ao outro lado da muralha, erguida há muitos anos para separar o território dos humanos do lado dos feéricos.

Do outro lado Feyre descobre que a fera é na verdade um homem… Tamlin, que assumiu sua forma de batalha para ir busca-lá. Ali ela descobre que Tamlin e todos os outros feéricos que vivem na Corte Primaveril usam uma máscara no rosto, resultado de uma praga mágica que há quase 50 anos assola todos os moradores.

É nesse momento em que vamos sendo conquistados. Sarah J. Maas cria um universo encantador, com personagens imensamente ricos. Podemos ver uma protagonista que cresceu em meio a dificuldades e repleta de ódio no coração conhecer o cuidado e o amor. Somos envolvidos com o mistério das máscaras que nunca saem, imaginando junto com Feyre o rosto de cada personagem e claro, tendo nossos corações conquistados aos poucos pela atenção de Tamlin.

Porque sua alegria humana me fascina, o modo como vivencia as coisas em sua curta existência, tão selvagem e intensamente e tudo de uma vez, é… hipnotizante. Sou atraído por isso, mesmo quando sei que não deveria, mesmo quando tento não ser.”

Sarah J. Maas já é conhecida pela sua escrita impecável e por personagens apaixonantes, e dessa vez ela se supera. Não são poucas as surpresas e reviravoltas no final da leitura. Em determinado momento é humanamente impossível parar de ler. E mesmo no fim a autora não para de nos surpreender. Corte de Espinhos e Rosas entrou bruscamente na minha lista de favoritos e espero que entre na sua (o quanto antes!).

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RESENHA: Corações de Neve, Dragões de Éter, Vol. 2, Raphael Draccon

Continuando a história de Draccon, em Corações de Neve, segundo volume de Dragões de Éter, o tempo pula 8 meses e o reino de Arzallum parece começar a se recuperar de todas as tragédias que o assolaram. Anísio Brandfort assume o trono do pai com a promessa de honrar a fama do maior de todos os Reis, Maria e Axel engatam um romance digno de contos de fadas e João e Ariane enfrentam os desafios de crescer e assumir todas as responsabilidades que vem com isso. A caçada às bruxas parece cada vez mais inevitável, os segredos desse povo tão intrigante começam a ser revelados e mais personagens surgem, como um tal moço conhecido por roubar dos ricos e dar aos pobres.
A escrita continua a mesma, a marca de Raphael Draccon: quadro a quadro, como em um filme. A descrição é surpreendente, descrição esta que não é feita por um narrador frio e impessoal, mas pelo criador desse mundo tão fantástico. Comicidade e drama se misturam em um tempero perfeito e Nova Éter passa a se solidificar mais em nossas mentes. Conhecemos o reino dos Corações de Neve, a qual a filha foi prometida a Anísio e, após a quebra da maldição do príncipe/rei, vira a nova rainha de Arzallum. Claro que história boa tem que ter maldição, então, algo muito estranho começa a acontecer com o pai da rainha… As histórias não param. Os personagens não param. Tudo se entrelaça e, ao contrário do que se espera de um livro longo, não tem encheção de linguiça, nem enrolação. Cada página é necessária e vale a pena ser lida.
Esse livro voou mais rápido do que o primeiro e tenho que admitir que o Draccon me surpreendeu. Olhando de fora, tem tudo para deduzirmos que vai ser uma leitura longa e dolorida, me julgaram louca por andar de um lado para o outro com um livro de 500 páginas em plena era de e-books, mas valeu a pena! O mundo se torna muito mais bonito quando acreditamos que contos de fadas podem ser reais. Recomendo tanto quanto o primeiro, mas se preparem: você vai pular da última página para a primeira do terceiro volume, não vai conseguir parar. Agora, de volta para Nova Éter, pois tenho uma história para terminar. E um.. Dois… Três.
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Resenha: Perigosa Amizade, Gisela Bacelar

Para fãs de Gossip Girl, o volume zero da elogiada série independente Perigosa amizade, que conquistou mais de 40 mil seguidores no Instagram. Roberta é uma adolescente intensa. Ela é decidida, prática e sabe o que quer. Pelo menos enquanto o coração não resolve entrar na jogada e embaralhar seus sentimentos.
Melissa é uma figura. Loira, com os cabelos cacheados, é aquele tipo de menina que já chega logo dizendo: “Ei, você quer ser minha amiga?”. Quando as duas ainda eram crianças, Roberta respondeu que sim.
Denis, atacante do time de futebol, é cativante e extrovertido. Ainda é meio moleque, mas começou a chamar a atenção das meninas nos últimos anos. Com tantas mudanças, tem achado cada vez mais difícil sustentar a amizade que construiu na infância com Roberta e Melissa. Matheus tem dezoito anos. Assediado pelas meninas, já acabou o ensino médio e ainda não sabe o que quer fazer da vida. Vive no litoral com o pai que todo garoto desejaria ter: descolado, presente, fazendo todas as vontades do filho… Mas Matheus não é “todo garoto”. Seu melhor amigo, Gabriel, é um cara legal. Sensível, curte tocar bateria. Seu sonho é tocar numa banda de verdade, em shows ao redor do mundo. Para o pai dele, no entanto, isso seria um pesadelo.
Como – e quando – seus caminhos irão se cruzar? Em Perigosa amizade: o começo, a escritora e modelo Gisela Bacelar costura o destino desses garotos e garotas, formando uma rede de encontros e desencontros e trazendo à tona assuntos presentes na vida de qualquer adolescente, como o sexo e a perda da virgindade, a aceitação entre amigos e colegas, drogas e álcool e a difícil relação com os pais.

O Começo, esse é o subtítulo do livro de Gisela Bacelar, publicado pela Editora Planeta. “Perigosa Amizade” (2017), é um retrato fiel da realidade vivida pela geração Y, geração de jovens que precisam lidar com vários questionamentos como: primeiro beijo, virgindade, relacionamento familiar e vida online (redes sociais). Dentro da narrativa, participamos das histórias de alguns adolescentes e acompanhamos o crescimento e amadurecimentos de muitos deles.

Perigosa Amizade vai além do âmbito descritivo de uma obra ficcional e a conduta mimética faz com que, o leitor, reflita sobre o comportamento de jovens brasileiros e como cada personagem se apresenta a cada adversidade vivida.
Teria uma melhor resposta para dar a sociedade ao ser acusado de dormir com a namorada de outro? Teria eu coragem de me declarar para o meu melhor amigo? O que posso fazer para melhorar o meu relacionamento com o meu pai?

No desenvolvimento da trama escrito por Gisela Bacelar, é percebido os estereótipos sociais escolares: os populares, a classe nerd marginalizada, os atletas e aqueles que fingem ter uma vida social agitada só para saírem bem e se enturmarem com os “famosinhos” do colegial.

“Nós teremos sorte se nos encontrarmos outra vez…”
Era uma questão de tempo e de vários desencontros.

O livro é tão realístico, que até mesmo as batalhas travadas em redes sociais são retratadas. Não tem como falar de jovens contemporâneos sem citar os perfis de redes sociais e a busca incansável por curtidas e reconhecimento. Todos almejam a popularidade.

Poucos querem só ser felizes, de forma simples e nada mais.

O leitor se envolve com as ambições de Melissa, a simplicidade de Roberta, com os sonhos de Matheus, a frustração de Gabriel e a indecisão de Denis. Cada personagem lutando uma guerra interna que é bem representativa de todos os jovens.

Sobre a linguagem, só elogios. De forma simples e direta, a escritora alcança o entendimento de todas as idades sem perder o foco. Resumindo, uma ótima leitura e uma baita reflexão.

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RESENHA: Caçadores de Bruxas, Vol. 1, Dragões de Éter, Raphael Draccon

Já faz um tempo que eu comprei o box com os três volumes da série Dragões de Éter em uma promoção do Submarino, e até levei o primeiro para o Raphael Draccon autografar em uma de suas ilustres aparições ao lado da Carolina Munhóz, mas confesso que o tamanho dos livros me enchia de preguiça. Eu não conseguia mais nem olhar para a minha estante, que eles estavam lá me acusando, jogando a vergonha na minha cara. Até que, um dia, respirei fundo, peguei o primeiro volume, Caçadores de bruxas, e comecei a ler.

Tenho um misto de emoções com relação a esse livro e o jeito diferente que o Draccon tem de escrever que, até então, era novo para mim. Demorei um pouco para me adaptar ao estilo de capítulos dele. É, literalmente, como se você estivesse assistindo um filme, muda quadro a quadro e você se vê transportado de um lado para o outro na história, então, dá um pouco de tontura no início. O narrador não é, simplesmente, um narrador, é um personagem da história que, tecnicamente, não está na história, é mais como se alguém estivesse te contando a história, não da forma impessoal como estamos acostumados a ler uma narração em terceira pessoa. O tamanho do livro e as letras minúsculas também assustam, mas, depois que você se adapta a tudo isso, vem a história…

Nova Éter, um mundo idealizado por um Criador e mantido por semideuses, simplesmente, por acreditarem nele. Neste mundo, há vários reinos regidos por Arzallum, o reino principal e onde acontece a maior parte da história. Depois que você passa por todos os obstáculos de adaptação com a leitura, simplesmente, se apaixona por esse lugar e por seus moradores. Ah, sim, os personagens… João e Maria, Chapeuzinho Vermelho, Capitão Gancho… São nomes conhecidos para você? Pois é, Draccon nos traz velhos conhecidos de nossa infância de uma forma totalmente nova e fascinante. Esses personagens por si só já tão ilustres co-existem em um mesmo mundo, tendo suas histórias entrelaçadas de um jeito totalmente novo. Raphael Draccon conseguiu fazer a melhor releitura de contos de fadas que eu já vi de um jeito que nem parece uma releitura já que ele traz uma história nova, motivos novos, motivações novas, tudo novo. Já imaginou um mundo onde todos os seus personagens preferidos vivem, interagem, se relacionam e tem várias aventuras das quais você nunca tinha ouvido falar? Desnecessário dizer como esse mundo é mágico e cheio de mistérios, né? Pois é, assim é Nova Éter.

Para quem quis morrer ao ler as primeiras duzentas páginas e ver que ainda estava na metade do livro, estou devorando o segundo volume como se não houvesse amanhã. Agora, venha comigo até Nova Éter para ver com seus próprios olhos o que eu estou tentando te dizer. Prontos? E um… Dois… Três.

Livros, Resenhas

Resenha: Amor de todas as formas, Mila Wander, M.S. Fayes, Raiza Varella, Tatiana Amaral e J.C. Ponzi

Não existe um jeito certo de amar nem a hora certa para o amor chegar. O amor pode aparecer no supermercado depois que a porta se fechar, que mal tem? Ou quem sabe aparecer através de uma forma pura, meiga e delicada como em uma linda dança de balé? Ao espiar por uma janela proibida, quem sabe você se depara com aquele garoto de olhos azuis que sonha? Você pode viver uma aventura deliciosa, mesmo não parecendo muito correta, e essa aventura aquecerá seu coração. O destino tem, sim, o poder de unir dois corações de caminhos opostos, afinal, no amor não existe impossível. Todo dia é dia de comemorar o amor. O importante é abrir o coração, sair do convencional, driblar as asperezas da vida, estar pronto para dar um fora na rotina e viver todos os dias uma grande paixão.

Vejo mulheres, sinto mulheres, leio mulheres. Uma experiência incrível ler “Amor de todas as formas”, o livro que é uma união de contos escritos e dedicados para apreciar a ótica feminina (e bastante singular) a respeito do Amor e de todas as condições que nos é imposta por esse sentimento traiçoeiro que insiste em nos pregar uma peça.

“… o amor não se vê com os olhos mas com o coração.” William Shakespeare

O livro possui cinco contos inspirados e redigidos por cinco escritoras que me cativaram em cada palavra. Cada uma com o seu recorte estilístico linguístico diferente que me prendeu em cada momento de leitura que, fiz o máximo para ser contínua.

Em linhas gerais, os cinco contos: um dia para os namorados; pas de deux; o garoto que desapareceu; amuleto e uma louca noite no supermercado, para se analisar mediante os cinco tópicos elementares dos estudos literários de textos escritos em prosa (foco narrativo, personagens, tempo, espaço e enredo) tem como tempo: o dia dos namoradas.

O espaço já é bastante variado, por exemplo, em ‘um dia para os namorados’ a trama conjugal se desenrola em uma submarino que também é hotel e, em ‘uma noite louca no supermercado’, o próprio título já nos diz.

Senti especialmente no conto ‘amuleto’, de JC Ponzi, uma presença maior da voz masculina encontrada na personagem Jodie Clarke, mas é a dona da

“boca carnuda, e maças do rosto proeminentes. Olhos castanhos são sofridos, mas isso não apaga o brilho expressivo que insiste em manter aceso. Um vestido velho e puído cobre seu corpo de curvas voluptuosas” (Amuleto, JC Ponzi, p. 258)

que faz o próprio Clarke salivar que rouba a cena, Samantha.

Portanto, o empoderamento da mulher e a sua visão de amor está afinco neste livro, mas as personagens se concentram em casais, visto que o livro tem como objetivo expressar que não há um meio específico para se amar ou encontrar um amor, em qualquer tempo, em qualquer lugar e não importa em qual situação se encontra, você é capaz de amar alguém.

Então, não há uma fórmula para se viver o amor, o livro deixa esse ensinamento bem nítido. Nada no amor está as claras, premeditado ou planejado, o amor pode ser encontrado em todos os lugares e vivido de várias formas.

É possível se identificar com cada personagem encontrada no livro, consequentemente, é preciso ler cada história para se reconhecer. Vou deixar o enredo por sua conta também, ok?

PS: se encontre nesse livro!

e…

Viva o Amor!

Livros, Resenhas

RESENHA: Por um toque de ouro, Carolina Munhóz

Emily O’Connell é tudo o que toda garota gostaria de ser: linda, rica e muito “sortuda”. Ganhar dinheiro é o seu dom. Aquela expressão “tudo o que toca vira ouro” não poderia ser melhor aplicada a alguém do que à sua família. “Por um toque de ouro”, da autora brasileira Carolina Munhóz, traz a história de uma criatura mágica não muito abordada hoje em dia: os Leprechauns, seres abençoados com sorte, simples assim. Mas, para quem pensa logo naqueles homenzinhos barbudos com cartolas verdes, vai ter uma grande surpresa. A autora traz uma nova abordagem cheia de glamour e, como já é característico, cheia de explicações mirabolantes para justificar que eles existem sim e estão no nosso meio.

A família O’Connell tem uma tradicional grife de bolsas e sapatos e Emily vive no meio da alta sociedade cercada de riquezas, viagens e nunca, NUNCA, teve que se preocupar com falta de dinheiro. Mesmo assim, como toda garota, ela quer se apaixonar e isso acontece quando o misterioso Aaron aparece e Emily se vê envolvida em um romance de conto de fadas. Tudo bem, tudo lindo, tudo maravilhoso, até que seu pai, na noite em que ia contar a ela o segredo da riqueza da família, é misteriosamente assassinado e tudo começa a dar errado. Emily perde seu pai, sua empresa, sua fortuna, tudo. Do dia para a noite. Seu toque de ouro fora roubado e, agora, ela estava em uma corrida contra o tempo para pegá-lo de volta.

De escrita fácil e leitura fluente, a obra é deliciosa de ler e a descrição é surpreendente. Fiquei morrendo de vontade de ir para a Irlanda! Para quem já conhece as obras da Carolina, posso garantir que ela não nos decepciona nessa nova e já estou super ansiosa para começar a ler a continuação, já que essa é a primeira trilogia da autora. “Por um toque de sorte”, segundo volume da Trindade Leprechaun, já se encontra nas livrarias e “Por um toque de Magia” tem data de lançamento confirmada para o mês que vem. Nos vemos no final do arco-íris!