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Resenha: Searching Desirrê - Minha jornada pela liberdade, Desirrê Freitas
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Resenha: Searching Desirrê – Minha jornada pela liberdade, Desirrê Freitas

Desde que foi anunciado Searching Desirrê, eu fiquei ansioso para entender, pelo olhar da vítima, tudo o que tinha acontecido no caso do suposto tráfico humano encabeçado por Kat Torres, coach e ex-modelo, que chegou a envolver até a Yasmin Brunet na história. Me lembro de acompanhar ao vivo toda a explosão da história na mídia, toda a luta do perfil @searchingdesirre no Instagram e os posteriores desdobramentos. Mas, a pergunta que ficava era: o que realmente aconteceu nos Estados Unidos?

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Chico Felitti até chegou a lançar um podcast no ano passado, intitulado de A Coach, em que ele investigava todo o passado e o background de Kat Torres até chegar na figura mística que supostamente iniciou um esquema de tráfico humano das suas seguidores. Apesar disso, a gente não tinha conseguido ouvir nenhuma delas falando sobre o caso tão abertamente, o que é compreensível, devido ao nível traumático das situações pelas quais elas foram empurradas.

Searching Desirrê, uma narrativa crua e honesta de Desirrê Freitas vem para nos explicar todas essas lacunas, mas também como uma forma de escrita terapêutica rumo à cura desses traumas. No livro, que é bem curto e de leitura fácil, com escrita popular digna de alguém que precisa desabafar desesperadamente, Desirrê nos conta um pouco da sua vida e como ela chegou em Kat Torres.

À medida em que vamos conhecendo sua história, conseguimos compreender um pouco mais todas as artimanhas sutis utilizadas pela coach para ludibriar e atrair suas vítimas. Desirrê conta que ela precisava da sua independência financeira e Kat prometia à ela, mundos e fundos. Na verdade, Torres jamais cumpriria nenhuma promessa, mas ela não abria espaço para o pensamento crítico de Freitas. Ela não dava espaço sequer para o benefício da dúvida.

Muitas pessoas podem julgar a falta de noção das vítimas, mas não deveriam. Ao ler o livro com empatia, conseguimos abrir uma porta de situações que poderiam colocar qualquer um de nós na mesma posição. A gente tá acostumado a ver pessoas como Morena e Lívia Marini nas novelas da Globo fazendo tráfico humano de uma forma escrachada, mas a gente esquece que as formas sutis e os sequestros mentais que envolvem uma situação como essa também são consideradas igualmente abusivas.

Searching Desirrê não é uma grande obra literária para que sejam feitas críticas. É um diário, um desabafo e um pedido de ajuda de uma garota que teve seus sonhos utilizados contra ela em uma situação de extrema injustiça e que hoje, longe da sua algoz, consegue observar tudo o que aconteceu com mais clareza enquanto coloca as cartas na mesa. E sinto que esse livro é a apenas a primeira carta do seu novo castelo.

É uma leitura rápida, de fácil compreensão, apesar da dificuldade de digestão e que você consegue ler em apenas um dia, em uma sentada. Tem gatilhos fortes com relação à automutilação, abuso sexual, abuso moral, abuso patrimonial, abuso psicológico, suicídio e charlatanismo. Leia com cautela.

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Resenha: Trinta segundos sem pensar no medo, Pedro Pacífico (Bookster)
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Resenha: Trinta segundos sem pensar no medo, Pedro Pacífico (Bookster)

Trinta segundos sem pensar no medo é um livro de memórias de Pedro Pacífico, criador de conteúdo literário mais conhecido como Bookster. É um m relato sensível, cru e humano de alguém que está aprendendo com a vida que nos mostra como a arte – sobre tudo os livros, a literatura – serve de apoio em todos os momentos da nossa vida, sejam nos felizes ou nos mais desafiadores.

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O livro de Bookster começa justamente com a frase que dá título a obra, quando ele fica trinta segundos sem pensar no medo e resolve se abrir para sua mãe sobre sua sexualidade, um assunto que sempre o deixara aflito, preso, retraído e do qual ele não conseguia ver escapatória. O capítulo de início, curtinho, é tocante: ele se propõe a contar para a mãe que é gay, não consegue, respira fundo e manda uma mensagem de texto. Ela vem até seu quarto e ele conta.

A partir disso, nós leitores mergulhamos na trajetória de Pedro Pacífico antes mesmo de ele se tornar Bookster. Ele fala como se apaixonou pelos livros, ele conta suas vivências que começaram desde muito cedo – quando ele já desconfiava da sua sexualidade – mas se pressionava para não parecer gay, para não demonstrar nada que pudesse se encaixar como um esterótipo. Todo esse medo e repressão ocasionaram crises fortes de ansiedade que Pedro narra de forma honesta. Não espere nada de raso nesta leitura – ele se abriu e se abriu com uma verdade e vulnerabilidade que poucos de nós teríamos coragem.

O futebol pode ser um grande trauma para qualquer garoto brasileiro que não curte muito o esporte.

A escrita de Bookster é leve. Você vai lendo e quando percebe, já leu quase o livro todo. De vez em quando, você pode precisar parar, mas com certeza, vai ficar pensando até voltar. O livro pode despertar alguns gatilhos de ansiedade em quem convive com algum tipo de condição psicológica, mas que são facilmente equilibrados com uma mensagem positiva e esperançosa que é reverberada pelas leituras de Pedro. Em todo momento, ele cita trechos de obras que o marcaram, nos indica livros para ler em momentos diferentes da vida, mostra como ele aplicou a literatura nos seus momentos…

Mas assim como em outras áreas da cultura, a literatura tem tanto uma esfera acadêmica e profissional quanto um lado de entretenimento.

Trinta segundos sem pensar no medo é uma obra de arte sobre os efeitos da arte na nossa vida. Ler um livro de fantasia, ler um livro que você gosta mesmo quando todos odeiam pode não ser terapia, mas ainda sim tem efeitos terapêuticos que podem mudar a sua vida por completo. No final da narrativa, ele ainda nos traz algumas dicas de como podemos nos tornar leitores melhores e como a literatura serve para nos encantar e não como instrumento de ego.

– Você quer viver os sonhos que sonhou para mim ou viver os meus sonhos comigo? – perguntei. – Olha como estou feliz, como estou bem, depois de passar anos sofrendo. Você está chorando por estar me vendo mais feliz?

Pedro Pacífico, Bookster, teve a coragem de abrir suas feridas de uma forma visceral nesta leitura, de forma que eu me senti extremamente próximo dele em todos os momentos, compartilhando as angústias, alegrias, dores e conquistas, principalmente quando ele fala do seu padrinho, uma das grandes referências em sua vida – aqui, se eu estava contendo as lágrimas, deixei uma chuva torrencial cair de forma sincera.

Recomendo muito a leitura e Bookster, caso algum dia você leia esta resenha, acho que agora compartilhamos o mesmo mantra. Já me peguei em muitos momentos falando em trinta segundos sem pensar no medo e consegui dar o primeiro passo para muitas coisas que eu vinha adiando. Obrigado, obrigado, obrigado!

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Resenha: A morte é um dia que vale a pena viver, Ana Claudia Quintana Arantes
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As melhores frases de “A morte é um dia que vale a pena viver”

Em 2012, Ana Claudia Quintana Arantes deu uma palestra ao TED que rapidamente viralizou, ultrapassando a marca de 1,7 milhão de visualizações. A última fala do vídeo, “A morte é um dia que vale a pena viver”, se tornou o título do livro que, desde seu lançamento em 2016, vem conquistando um público cada vez maior.

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Uma das maiores referências sobre Cuidados Paliativos no Brasil, a autora aborda o tema da finitude sob um ângulo surpreendente. Segundo ela, o que deveria nos assustar não é a morte em si, mas a possibilidade de chegarmos ao fim da vida sem aproveitá-la, de não usarmos nosso tempo da maneira que gostaríamos.

Invertendo a perspectiva do senso comum, somos levados a  repensar nossa própria existência e a oferecer às pessoas ao re dor a oportunidade de viverem bem até o dia de sua partida. Em  vez de medo e angústia, devemos aceitar nossa essência para que o fim seja apenas o término natural de uma caminhada.

As melhores frases de “A morte é um dia que vale a pena viver”

“O que você vai fazer com esse tempo que vai passando? O que você está fazendo com esse tempo que está passando? O que eu faço com meu tempo?”

“A preocupação do morrer traz a consciência de que nada do que temos ficará conosco.”

“Não é possível segurar o tempo. Em relação a ele, a única coisa de que podemos nos apropriar é a experiência que ele nos permite construir o tempo todo.”

“Todas as pessoas morrem, mas nem todas um dia poderão saber porque viveram.”

“Não há espaço para falar de morte com pessoas que não estão vivas em suas próprias vidas.”

“Quando passamos a vida esperando pelo fim do dia, pelo fim de semana, pelas férias, pelo fim do ano, pela aposentadoria, estamos torcendo para que o dia da nossa morte se aproxime mais rápido.”

“Com ou sem prazer, estamos vivos 100% do tempo. O tempo corre em ritmo constante. Vida acontece todo dia, e poucas vezes as pessoas parecem se dar conta disso.”

“O problema é que caminhamos ao lado de pessoas que pensam que são eternas. Por causa dessa ilusão, vivem suas vidas de forma irresponsável, sem compromisso com o bom, o belo e o verdadeiro, distanciados da própria essência.”

“Gente viva que vive de um jeito morto.”

“Quando estamos perdidos, a gente encontra lugares que, se a gente soubesse onde estavam, jamais teria encontrado.”

“Todos chegaremos ao fim. Qual é o caminho mais difícil até esse dia? Aqueles na vida que só tiveram uma escolha, a de sobreviver, em geral chegam ao final da vida com a plena certeza de que fizeram o melhor que podiam com a chance que tiveram.”

“A energia de um trabalho que não traz sentido à nossa vida, é uma energia ruim. Se ganhamos uma fortuna e chegamos à nossa casa com cara de zumbis, tem algo errado.”

“A baixa autoestima é um jeito torto de ser egocêntrico. Não somos tão especiais a ponto de todos pensarem que não somos bons o suficiente.”

“A palavra tem poder de transformação e de destruição muito maior do que qualquer tratamento. Muito maior do que qualquer cirurgia ou remédio. E tem muito mais poder quando ganha voz.”

Vem aí: Desfecho épico de Herdeiro Roubado, da Holly Black
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Vem aí: Desfecho épico de Herdeiro Roubado, da Holly Black

Com o aguardado retorno dos personagens da série O Povo do Ar, O Trono do Prisioneiro marca o fim da duologia de Holly Black, iniciada com O Herdeiro Roubado. A pré-venda, com tiragem limitada, acompanha pôster transparente, pôster A3 e marcador de páginas. 

+ Entrevista: Holly Black é a rainha de tudo e fala sobre seus gatinhos
Resenha: O príncipe cruel, Holly Black

Oak está pagando por sua traição. Feito de prisioneiro no gélido Norte, sob o jugo de uma temível nova rainha, ele terá que confiar em seu charme e astúcia para sobreviver.  Mas o Grande Rei Cardan e a Grande Rainha Jude não medirão esforços para recuperar o herdeiro roubado de Elfhame, eliminando do caminho quem quer que seja.

Mas para Oak as coisas não são tão simples. Afinal, a garota quem o aprisionou também é a garota que ele ama e toda essa confusão é fruto de um mal-entendido. Só que em uma guerra é preciso tomar partido, e ele deve escolher entre reconquistar a confiança da garota dona do seu coração ou se manter fiel à Elfhame, impondo um fim ao reinado de Wren, mesmo que isso signifique a ruína da rainha.

Com traições à espreita em cada canto, a astúcia e a inteligência do príncipe Oak talvez não sejam suficientes para manter vivas todas as pessoas que ama. É apenas uma questão de saber quem ele está disposto a perder.

SAIBA MAIS SOBRE O PRIMEIRO LIVRO DA DUOLOGIA, O HERDEIRO ROUBADO:

Oito anos após os acontecimentos da trilogia O Povo do Ar, as intrigas e traições do universo de Elfhame estão de volta em O Herdeiro Roubado, primeiro livro da nova duologia de Holly Black.

Uma nova aventura se inicia em Elfhame! O príncipe Oak já não é mais apenas o irmãozinho de Jude. Agora ele é um jovem adulto em busca das próprias batalhas e paixões. Não por acaso, seu caminho se cruza novamente com o de Suren, a pequena rainha da Corte dos Dentes, que um dia já foi sua prometida.

Os dois parecem destinados a se encontrar em épocas conturbadas. Dessa vez, Lady Nore, da Corte dos Dentes, tomou posse da Cidadela da Agulha de Gelo, e usa uma antiga relíquia para criar monstros de graveto, neve e carne para realizar suas vontades e ajudá-la em sua vingança.

Suren, a filha de Lady Nore, é única pessoa com o poder necessário para comandá-la. No entanto, a menina fugiu para o mundo dos humanos, onde vive como uma selvagem na floresta, solitária e assombrada pelos traumas vivenciados na Corte dos Dentes.

Ela acredita que sua existência já foi esquecida, até que Bogdana, a bruxa da tempestade, surge em seu encalço. Por sorte, Suren (ou melhor, Wren) é salva por ninguém menos que o herdeiro de Elfhame, que aos dezessete anos se tornou um jovem extremamente belo, charmoso e… manipulador.

Oak está em uma missão que o levará até a Cidadela da Agulha de Gelo e precisará da ajuda de Suren, mas, caso a jovem aceite, sua primeira tarefa será proteger o próprio coração dos sentimentos que um dia já nutriu pelo príncipe.

TAMBÉM VEM AÍ EDIÇÃO DE LUXO DE O PRÍNCIPE CRUEL:

Chega em breve pela Galera a edição de luxo com capa dura do primeiro livro da série O Povo do Ar. Com cenas deletadas e conteúdo extra, o livro conta com tiragem limitada.

O Príncipe Cruel é o primeiro livro da envolvente série O Povo do Ar sobre uma garota mortal que se vê presa em uma teia de intrigas de fadas reais.

Na série, a autora best-seller Holly Black transporta os leitores para Reino das Fadas. Não aquelas dos contos clássicos, fadas que podem ser cruéis e mortais, especialmente se motivadas pelo poder. Uma aventura que mistura magia, intrigas palacianas e romance.

SOBRE A AUTORA

Holly Black é autora best-seller de mais de trinta livros de fantasia para crianças e adolescentes. No Brasil, seus livros O canto mais escuro da floresta e Zumbis x unicórnios foram lançados pela Galera Record. Ela atualmente vive na Nova Inglaterra com seu marido e filho numa casa com uma biblioteca secreta.

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Resenha: O portador da espada, Cassandra Clare
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Resenha: O portador da espada, Cassandra Clare

O portador da espada é o primeiro livro de alta fantasia adulta de Cassandra Clare, fora do mundo dos Caçadores de Sombra que a gente tanto ama. Por isso, fiquei extremamente ansioso desde o anúncio da nova série, dos personagens e da ambientação com a mitologia judaica, intrigas entre cortes, chefões do crimes e enemies to lovers.

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Eu gosto muito de uma trama política permeada com intrigas políticas, como é o caso de O povo do ar, da Holly Black. Tem uma pitada de romance, uma porcentagem maior de política e uma leve sombra de crônica. E fui com sede ao pote pensando em encontrar algo parecido no livro, só que mais desenvolvido – algo intermediário entre O príncipe cruel e Guerra dos Tronos, sabe? E aconteceu o quê? Me decepcionei, muito.

Os ricos vivem no alto e os pobres vivem no baixo.

O pessoal da Galera Record me enviou uma cópia de O portador da espada (obrigado demais, Galera! <3) alguns dias antes do lançamento em novembro. Meu plano era devorar o livro em uma semana e postar a resenha simultânea ao lançamento, afinal, todo livro da Cassandra eu não consigo largar até terminar. E nesse aqui, eu só conseguia largar – capítulos longos demais, histórias repetitivas demais, crônicas que não saem e não chegam a lugar algum… Foi um sonífero pra mim a maior parte da leitura.

Não se pode ter tudo, ou os Deuses invejariam os mortais.

O portador da espada conta a história de Kellian, um garoto órfão que é escolhido para ser o portador da espada do príncipe herdeiro, Connor, um cargo de respeito cuja missão é proteger o príncipe custe o que custar. Kel é então criado lado a lado com o príncipe, treinando junto, comendo junto, dormindo junto… Eles se tornam grandes amigos e confidentes e o trabalho de Kel é justamente estar sempre um passo a frente para proteger Con, mesmo que isso implique arriscar a própria vida de vez em quando utilizando um talismã que cria um certo glamour nas pessoas a sua volta e elas pensam que Kel é Conor.

Ele não sabia o que era ser necessário para outra pessoa: que despertava uma vontade de proteger essa pessoa. Para sua própria surpresa, ele queria proteger esse garoto, o príncipe de Castellane.

Paralelo a isso, conhecemos também a história de Lin, uma médica que precisou lutar contra o sistema em que nasceu para que pudesse estudar e se formar, já que a sociedade em que ela está inserida é completamente machista, apesar de cultuar uma deusa. A motivação de Lin é Mariam, sua melhor amiga, que tem uma doença que parece não ter cura. Lin busca desesperadamente estudar e aprender cada vez mais para que ela possa curar Mariam antes que a doença venha avassaladora e ela não tenha mais tempo.

Afinal, a ordem ilegal era melhor do que o caos legal.

O livro então passa boas trezentas páginas só falando disso: de Kel e Conor saindo para se divertir, de como Kel precisa proteger Conor a todo custo, Lin procurando novas técnicas de medicina para curar Mariam, Mariam já está sem esperanças… Não acontece nada até a página trezentos, sem exagero. Nesse ponto da história, a história dos quatro personagens começa a ligeiramente se misturar quando Kel é procurado pelo Rei dos Ladrões, uma espécie de realeza suburbana de Castellane, dizendo que sem sua ajuda, ele jamais poderá ajudar Conor. Lim também é procurada pelo Rei, sob a proposta de que sem a ajuda dele, ela jamais conseguirá curar Mariam. Apesar disso, cooperar com o Rei dos Ladrões pode significar traição contra a realeza de Castellane.

– Os músicos fazem parecer que é horrível se apaixonar – comentou Lin. – Um monte de lamentação sem fim, todos solitários porque ninguém os aguenta.

Nesse ponto da história começa a se desenvolver um romance tímido entre Kel e Lin, Conor e Lin, que não vai para nada além de um beijinho mixuruca na boca. Uma coisa que gostei muito no ponto de romance do livro é a forma como a sociedade Castellana é dividida: todos gostam de todos. Não tem essa de ser hétero, homo, bi… Todos os homens podem se apaixonar por homens ou mulheres, todas as mulheres por mulheres ou homens e isso é perfeitamente normal, não causa escândalos.

A preferência geral de Connor era por mulheres, mas de forma alguma era regra.

Um personagem que ganhou muito o meu coração foi Merren Asper, por quem Kel nutre uma pequena paixãozinha e acaba beijando em uma hora da trama. Não é nada demais, não acontece nada além disso – apesar de eu querer muito um fast burn -, mas neste ponto da trama qualquer coisinha que acontece de diferente é motivo pra gente dar um berro.

Eu entendo perfeitamente que O portador da espada é um livro introdutório a um novo universo extremamente complexo, com muitas cortes e nisso, eu tiro o chapéu para Cassandra Clare. Ela consegue criar histórias com complexidade sobre-humana, o que não é muito comum em livros de fantasia aos quais eu estou acostumado. Neste ponto, acho que ele até ganha um pouco de O povo do ar, minha série preferida, mas quando o assunto é fazer a trama render, acho que nisso ela peca e peca muito. Os capítulos são exageradamente longos, alguns passando de 60 páginas, com muitas páginas sem diálogo e só descritivas das crônicas de Castellane. Ela descreve o aroma, os pratos, o aroma dos pratos e muitas vezes a gente nem tem referência disso. Eu não sei qual é o cheiro de madressilva.

O fim costumava acontecer nas vigílias tarde da noite, mas a cura também: a morte e a vida atacavam nas horas sombrias.

Por serem crônicas, a gente já deveria esperar e entender que uma vibe meio Morte súbita ou Cem anos de solidão poderiam aparecer, mas senti falta de ritmo e de uma escrita um pouco mais cativante. Particularmente, não gosto muito de capítulos longos, mas todos os livros dos Caçadores de Sombras – que também têm capítulos longos – eu conseguia ler sem pensar três mil vezes se não queria abandonar. Para mim, a história só foi ficar boa depois da página 400, que foi quando teve um ritmo um pouco maior e eu consegui acabar em uma sentada só.

Todo mundo quer falar a você que não é tão ruim assim, mas é. Você ficará muito triste e sentirá que vai morrer. Mas você não morrerá. E, a cada dia que se passar, você recuperará um pedacinho de si.

No total, foram quase três meses de leitura, muitos livros lidos no espaço entre o dia que comecei e o dia que terminei, muitos dias que dormi em cima do livro, mas consegui vencer. É uma história complexa, introdutória e lenta que tem personagens cativantes e esse é outro ponto positivo (principalmente Merren, meu preferido <3).

Leia ciente que O portador da espada é mais parecido com Guerra dos Tronos do que a gente gostaria, mas sem tanta escandalização que talvez desse um pouco mais da sensação de “algo aconteceu” na obra. O próximo livro, O rei dos ladrões já foi confirmado e deve ser lançado em 2025. Espero que eu lembre da trama até lá porque não sei se vou conseguir reler para ler a sequência. Cassandra Clare, você prometeu!

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Resenha: A morte é um dia que vale a pena viver, Ana Claudia Quintana Arantes
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Resenha: A morte é um dia que vale a pena viver, Ana Claudia Quintana Arantes

Senti vontade de ler A morte é um dia que vale a pena viver ouvindo um podcast da Mônica Martelli, em que ela falava sobre sua vida, sobre fazer escolhas e entender que se está no caminho certo (spoiler: a gente nunca entende). Ela indicava esse livro como um daqueles que mudara a sua vida. Como sou muito fã de toda a narrativa que Mônica criou em sua vida e em sua arte, comprei o livro na mesma hora e me surpreendi: devorei em uma única sentada.

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A morte é um dia que vale a pena viver é um livro narrado em primeira pessoa pela autora, Ana Claudia Quintana Arantes, que após estudar medicina, descobriu e decidiu trabalhar com Cuidados Paliativos e desmistificar o que significam esses cuidados, dentro de hospitais. Primeiro, ela começa explicando que algumas doenças não têm cura. Não há o que fazer além de testes que podem mitigar todo o resto de bem-estar que um paciente tem no hospital. Quando isso acontece, muitos médicos dizem que chegaram ao seu limite e acabam sedando o paciente para uma morte “tranquila”, “dormindo”.

O que você vai fazer com esse tempo que vai passando? O que você está fazendo com esse tempo que está passando? O que eu faço com meu tempo?

Ana Claudia resolveu estudar e ir além nessa atuação. Já que não há nada para ser feito do ponto de vista da cura, o que pode ser feito para que os últimos dias daquelas pessoas sejam os mais agradáveis possíveis? Com menos dor, mais alegria e mais presença daquilo que eles realmente querem? É nesse Cuidado Paliativo, que ela faz questão de escrever com letras maiúsculas no livro que ela acredita e nos explica durante as 192 páginas que permeiam suas reflexões sobre a nossa vida – e principalmente, o dia da nossa morte.

A preocupação do morrer traz a consciência de que nada do que temos ficará conosco.

Nós não temos certeza de nada enquanto vivemos. Não dá para saber se vamos seguir a carreira certa, se vamos fazer as melhores escolhas, como será o dia de amanhã… Mas uma coisa temos certeza: iremos morrer. E quando a morte chega, ela aparece como uma muralha da China na nossa caminhada. Não tem o que fazer, é a linha de chegada. Não dá para pular, dar a volta, transpor. E essa muralha tem um espelho que vai te fazer olhar para si próprio e se questionar: o que você fez do seu tempo vivo? Você viveu ou apenas sobreviveu?

Não é possível segurar o tempo. Em relação a ele, a única coisa de que podemos nos apropriar é a experiência que ele nos permite construir o tempo todo.

Em todos esses anos de Cuidado Paliativo, ela conta que ouviu inúmeras histórias de pessoas que se arrependiam de ter passado a vida toda correndo atrás de dinheiro, de pessoas que gostariam de ter perdoado ou de serem perdoadas, de pessoas que gostariam de ter seguido um sonho antes que foi adiado, adiado, adiado, até que não desse mais para cumprir. O tempo é o nosso bem mais precioso por aqui e é o único bem que não se renova. Ele não tem volta. O que gastamos, gastamos. Será que não estamos gastando-o em coisas que não queremos de verdade? Será que estamos gastando nosso tempo em um emprego medíocre que paga bem, nos faz comprar um Porsche mas que também nos faz chegar em casa sem energia nenhuma e com olheiras que vão no pé?

Todas as pessoas morrem, mas nem todas um dia poderão saber porque viveram.

A morte é um dia que vale a pena viver é uma narrativa crua, singular e sincera sobre alguém que está ali quando todos estão partindo para o outro lado. Ana Claudia é uma espécie de anjo da morte que escuta as mais sinceras confissões, que auxilia no conforto do último suspiro e garante aos que ficam: a morte é um dia que vale a pena viver. Enquanto o seu dia não chega e você o teme chegar, o que você tem feito na lacuna?

Não há espaço para falar de morte com pessoas que não estão vivas em suas próprias vidas.

Meu ship! Por que nos apaixonamos tanto por casais fictícios?
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Meu ship! Por que nos apaixonamos tanto por casais fictícios?

Você já parou para pensar sobre os casais que habitam nossos seriados, livros e filmes favoritos? Aquelas histórias de amor que nos fazem suspirar, torcer e até mesmo sonhar acordados. Certamente, todos nós temos um casal fictício pelo qual torcemos ardentemente, desejando fervorosamente que eles encontrem a felicidade juntos. Mas por que nos sentimos tão profundamente conectados a esses relacionamentos que só existem nas páginas de um livro ou nas telas de um cinema?

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É fácil se pegar envolvido nas vidas desses personagens, torcendo por suas felicidades como se fossem amigos queridos ou até mesmo parte de nossa própria jornada. Essa conexão emocional vai além do simples entretenimento; é um reflexo de nossos desejos mais profundos de amor e conexão.

Então, por que nos apaixonamos por esses casais fictícios? É fascinante notar como nos tornamos tão investidos nas vidas amorosas de personagens que sabemos serem apenas criações da imaginação. A verdade é que nos vemos refletidos neles de várias maneiras. À medida que nos identificamos com suas lutas, triunfos e desafios, também projetamos nossas próprias esperanças e sonhos nesses relacionamentos fictícios.

Historicamente, as narrativas tendem a seguir uma estrutura que culmina em um final feliz. Essa tendência não é acidental; os finais felizes têm um poderoso impacto em nós. Eles nos deixam com uma sensação de satisfação e esperança, reforçando a crença de que, mesmo nas circunstâncias mais difíceis, o amor verdadeiro pode triunfar.

Além disso, nossa empatia pelos personagens desempenha um papel significativo em nosso envolvimento com seus relacionamentos. Quando nos conectamos emocionalmente com um personagem, queremos vê-lo feliz e realizado. Assim, torcemos pelo sucesso de seus relacionamentos, pois isso reflete nosso desejo de ver aqueles que amamos felizes, mesmo que sejam personagens fictícios.

Essas reflexões sobre nossos relacionamentos com casais fictícios também nos levam a ponderar sobre nossas próprias vidas. Será que buscamos ativamente nosso próprio “final feliz”? Será que projetamos nossas esperanças e sonhos em outros, assim como fazemos com personagens fictícios? Essas são questões importantes que nos convidam a uma análise mais profunda de nossas próprias vidas e relacionamentos.

Podemos dizer que nossa fascinação e torcida por casais fictícios são um reflexo de nossos próprios desejos e aspirações. Essas histórias nos inspiram, nos desafiam e nos fazem acreditar no poder do amor. Então, da próxima vez que nos encontrarmos torcendo por aquele casal fictício favorito, lembremos que, em última análise, estamos torcendo por nós mesmos e por nossos próprios finais felizes.

Escritor alagoano Kleiton Ferreira traz paternidade, poder e fragilidades do sistema judiciário em romance de estreia
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Escritor alagoano Kleiton Ferreira traz paternidade, poder e fragilidades do sistema judiciário em romance de estreia

O alagoano Kleiton Ferreira conhece a Justiça no Brasil. Além de escritor, ele também é juiz federal e já atuou como advogado por uma década. “Espada da Justiça” (160 pág.), seu primeiro romance publicado pela Editora Labrador, começou a ser escrito há quase 10 anos, quando o autor era juiz em Macaé. Natural de Arapiraca (AL), Kleiton já morou no Rio de Janeiro, Paraíba e Sergipe. Hoje reside entre territórios: migrando entre sua terra natal e Propriá (SE), separadas por 70 km.

Ao apresentar um experiente juiz em crise de meia idade, afetado por problemas familiares — a história envolve o sofrimento de um pai ao ver a filha em um relacionamento abusivo — e relações acerca dos demais servidores, além de claro, as trivialidades do ofício, Kleiton discorre, de maneira sucinta e eficiente, sobre as pessoas que integram o sistema judiciário e as histórias testemunhadas nesse ambiente.

Recorrer à justiça é um direito de todo e qualquer cidadão brasileiro, e como o livro aborda, medicamentos de alto custo são solicitados por via judicial quando as esferas administrativas não são capazes de atender. Um dos casos que inspiraram Kleiton foi o do “remédio mais caro do mundo”, o Zolgensma, que hoje custa R$6 milhões, mas já chegou a custar R$12 milhões. Também estão presentes apelos à previdência social por pensões e aposentadorias.

História gira em torno do remorso e culpa de um pai perante uma relação abusiva da filha

O protagonista do livro é Abraão, que tem 25 anos de magistratura como juiz federal e é bem quisto pelos servidores no trabalho, além de reconhecido como um profissional justo e compreensivo. Mesmo com a vida estável, esse homem começa a questionar sua condição de pai, marido e profissional quando Samanta, a filha adulta volta para casa tentando fugir do comportamento violento do marido. A paternidade de Abraão é um dos temas centrais nessa ficção jurídica. Com remorso pelas falhas e ausência ao longo da vida da filha, Abraão se culpa pelos maus tratos que ela sofreu.

Em busca de entendimento e/ou qualquer desafogo, o personagem procura um psiquiatra, mas as consultas parecem um beco sem saída. Uma reviravolta só acontece quando Fafá – Maria de Fátima – uma amiga da época de escola da sua filha, se apresenta ao tribunal para fazer o requerimento de uma pensão. Maria de Fátima tem uma história marcada por injustiças e tragédias que sensibiliza o juiz, passando a zelar pela mulher com um olhar paterno.

A leitura de “Espada da Justiça” conduz o leitor sob a locução da deusa Dice, filha Zeus e Têmis, personificação da justiça e responsável pela punição aos maus juízes. Kleiton desenha entre algumas linhas os termos, hierarquias e ordens desenrolando o ‘juridiquês’. Faz isso sem apelar para qualquer tom professoral que comprometa a narrativa. “O livro passou por modificações severas no que diz respeito ao estilo de escrita. Antes era algo mais carregado de jargões, apesar da tentativa de evitá-los. Depois percebi que o tema jurídico poderia ser abordado de forma mais acessível. Mudei tudo, e como venho sempre aprimorando a escrita para torná-la mais leve e fácil, assim fiz. Hoje minha preocupação hoje é simplicidade”, conta.

Kleiton sentiu a necessidade de tratar casos como o que Maria de Fátima leva até Abraão, que apesar de comuns no dia a dia de um magistrado, carregam certa complexidade e exigem diferentes perspectivas para que sejam sentenciados da melhor forma. “Atualmente o INSS é um dos maiores ‘réus’ da Justiça Brasileira. A quantidade de ações que envolvem benefícios previdenciários é enorme. Se parte delas é julgada procedente, então há algo de errado”, aponta.

Outras pessoas e situações são apresentadas ao longo dos atos que dividem “Espada da Justiça”, tratando de doenças e necessidades, fazendo com que o leitor reflita sobre a burocracia judicial e o papel do Estado em amparar e/ou avaliar esses casos. Kleiton também batiza o antagonista da obra com seu nome. Também juiz, este homônimo se mostra inflexível e severo. Uma intensa contrapartida ao pai de enorme coração, disposto a sempre escutar e acolher que é Abraão.

Por mais que o entrecho jurídico seja o condutor do romance, o escritor nos convida a olharmos mais atentamente para a humanidade de seu protagonista. Para as dores que sente e como, mesmo em uma vida confortável, acabou por perder o controle, atormentado pela culpa das permissões que custaram a integridade da filha.

Atualmente, Kleiton trabalha de forma paralela em outros projetos. O escritor destaca uma ficção sobre um jovem que começa a escrever um diário e durante o processo é cooptado por uma célula nazista, além de uma antologia de contos, um romance histórico e uma comédia young adult. Também atua como narrador de audiolivros.

Felipe Rodrigues traz a poesia clássica para o mundo contemporâneo dos memes em novo livro publicado pela Patuá
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Felipe Rodrigues traz a poesia clássica para o mundo contemporâneo dos memes em novo livro publicado pela Patuá

O esgotamento dos dias, a solidão, a dor, a ânsia de viver, a ansiedade e a liberdade. Tudo parece ser tema para o poeta, advogado e professor universitário Felipe Rodrigues (@fe_fe_lipe), autor do livro “A Forma do Fogo”, lançado pela Editora Patuá (104 pág.). Ao chegar à marca do terceiro livro da carreira, o escritor campineiro traz poemas que se debruçam sobre diversas questões universais da humanidade, como solidão, a necessidade de conexões, o descompasso entre desejos e realidades, entre outras angústias existenciais e sentimentais. O autor também já participou do Selo Off Flip de 2023 e de 2024, além de outras antologias e revistas literárias.

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O autor parte de uma perspectiva atenta, crítica, por vezes divertida, por vezes pessimista, muitas vezes recorrendo a grandes mestres poetas e escritores como Arthur Rimbaud, James Joyce, Fernando Pessoa, entre outros. Mesclando o clássico e o contemporâneo, Felipe não tem medo de usar uma linguagem mais rebuscada, nem versos em segunda pessoa, nem interjeições e exclamações à la século 19. Sua poesia faz uso de uma linguagem precisa e atenta para desvelar os tempos atuais. Revezando textos longos e breves, os poemas também estão antenados com a cultura dos memes e das selfies, das monetizações e dos metaversos, abordando, por exemplo, a dificuldade de se construir uma identidade em um mundo de telas.

Felipe Rodrigues exercita também a memória e a imaginação buscando verdades que não existem diante de um mundo caótico, como é possível perceber no poema “Vários Caos”, da página 11: “tudo, tudo, enfim, é caos!/ Na única orgia possível…/ E a multiplicidade converge/ No singular,/ A variedade não converge/no só, / O horror e o sem-sentido dormem na mesma cama/ Que a gente.”.

A sua contemporaneidade também aparece quando flerta com os poetas concretos, fazendo uso da materialidade do espaço em branco para brincar com palavras como em “Moneytease”, “Sopradores” e “O Vazio e a Falta”. Em “Enter, o assassino”, por exemplo, joga com a clássica quebra de linha dos poemas com o enter do computador que seria uma espécie de “assassino do poema”.

Quando questionado sobre o que versam seus poemas, afirma que escreve cerca de 40 a 50 poemas por ano e que busca se afastar de assuntos estritamente subjetivos e privados para chegar a uma universalidade, tentando alcançar e tocar mais pessoas, voltando sua atenção para temas como “a ansiedade e a depressão da liberdade, a desintegração da personalidade no tudo e nos pequenos-todos, o apagar (in)voluntário dos sonhos, a completa fusão e confusão das pessoas, das coisas, do mundo. A falta de sentido e sentimento”.

“Escrever é quase como uma necessidade fisiológica”

Aos 31 anos, Felipe Rodrigues é formado em Direito pela Unesp, com mestrado pela mesma universidade. Atualmente realiza doutorado na USP. A poesia, porém, atravessou toda a sua vida: o escritor chega à marca de três livros de poesia publicados no Brasil e em Portugal, tendo também diversos poemas presentes em antologias brasileiras e de países de língua portuguesa. “Escrever é quase como uma necessidade fisiológica para mim. Se ficar três, quatro dias sem escrever, meu corpo sente, fico pior. Tenho metas de escrita”, conta o poeta, que escreve desde a adolescência.

Felipe tem como referência, além dos autores já citados, os poetas T. S. Eliot e Carlos Drummond de Andrade. Em sua escrita encontramos as artes plásticas ao citar Van Gogh, referenciado no poema “Vincent”, e Frida Kahlo em “Frida, Macaco e Periquito”, o cinema em “Ao mestre com Carinho” e, por fim, a música de Paulinho da Viola, em “Quando”, ao citar a canção “Coração leviano”.

As suas poesias, segundo o próprio, não são pessoais. “Não procuro usar os textos artísticos para defender diretamente ideias ou teorias, por mais importantes que sejam – diferentemente da maioria do que se produz hoje – e embora muita coisa esteja ali, compartilhada”, aponta. Ele acredita que tudo que é verdadeiramente novo é, automaticamente, tradicional e crítico, na esteira de T. S. Eliot. Aliás, Felipe está escrevendo sua tese de doutorado sobre a obra poética e crítica de T. S. Eliot e interpretação jurídica. “Pretendo publicar a tese e ainda algum outro livro de poesia. Tenho projetos de romances também. Continuar a escrever, sempre.”

Maria Talismã estreia na literatura com Deu a louca nos signos
Divulgação
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Maria Talismã estreia na literatura com Deu a louca nos signos

Foi em março de 2017 que surgiu a página Astroloucamente. Após uma desilusão amorosa, estudante se preparando para o doutorado, resolve criar um perfil que explorava de forma satírica as características de cada signo. Assim surgiu o alter-ego Maria Talismã, fugindo do caminho acadêmico. O sucesso foi tão grande que o perfil Astroloucamente alcançou 1 milhão de seguidores em 24 horas. Uma das trends que mais fez sucesso foi a do currículo dos signos. E foi exatamente isso que aconteceu, com a publicação da série intitulada “o currículo dos signos”. Deu a louca nos signos é fruto de toda essa dedicação, agora disponível como um guia para os astroloucos.

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“Tenho meu jeito particular de apresentar a astrologia e confesso que tentei ser um pouco séria, mas o humor está no meu DNA — adoro brincar com todos os aspectos que os signos têm para oferecer.” – Maria Talismã

Neste guia, Maria Talismã, a astróloga da página Astroloucamente — a maior página brasileira de astrologia no Instagram, com mais de 4,5 milhões de seguidores —, traça um perfil mais que completo do zodíaco, com o humor que é marca registrada do perfil. Em Deu a louca nos signos você vai encontrar:

  • Dados técnicos, como elemento, polaridade, modalidade, decanatos, posições no mapa astral, cúspides e mais;
  • Traços de personalidade, como as características básicas, a mãe e o pai de cada signo, as profissões ideais, os animais e personagens que representam cada nativo e mais;
  • Perfil de relacionamento, como os pares românticos do zodíaco, o comportamento nas relações amorosas, os gostos sexuais;
  • Sátiras bem-humoradas, como o ex, o infiel, o corno de cada signo;
  • Dicas práticas, como sugestões de presentes para cada signo, conselhos para conquistar cada nativo e mais.

Deu a louca dos signos traz a astrologia de forma leve, divertida e informativa. Para os “loucos dos signos”, é uma abordagem diversificada e gostosa das características de cada nativo, repleta de memes e fenômenos populares. Para os interessados em aprender, é tudo isso, mas também uma verdadeira biografia dos doze signos do zodíaco. Uma coisa é certa: prepare-se para se tornar o consultor astral dos seus amigos!

Maria Talismã é a mente e o coração por trás do Astroloucamente. Desde 2017 vem trazendo os segredos dos astros para o cotidiano de forma leve, divertida e sempre bem-humorada. Como astróloga e criadora de conteúdo, encontrou um estilo único de falar sobre os astros e como eles influenciam nossa vida. Criar conteúdo sobre signos é seu jeito de tornar a astrologia acessível na vida de todos nós. Acredite no universo e viva #astroloucamente.

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