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Um dia de cada vez: Autossabotagem

“Um dia de cada vez” é uma editoria escrita por pessoas que contam histórias em sua jornada de autoconhecimento, convivência ou recuperação de transtornos mentais. Os relatos são anônimos e enviados por leitores do blog. Hoje, leremos um relato de autossabotagem, que é consciente apesar do inconsciente ser confiante.

Por que a gente se cobra tanto? A gente precisa aceitar e entender que existe mais de um caminho para se chegar no mesmo destino. Eu, às vezes, acho que ele é único. Que não tenho para onde correr senão aquele caminho tortuoso. E eu fico me cobrando de percorrer por ele.

Eu tenho muita vontade de fazer as coisas. Eu faço as coisas, e sei que tudo o que vou me propor a fazer, vou dar conta e vou fazer bem. Sei que vai dar certo. Mas a que preço? O preço sou eu, minha saúde mental e meu bem-estar. Eu dou conta das coisas mas não dou conta de mim mesmo.

Parece que a autossabotagem não vem tão de dentro assim. Lá dentro, nas profundezas tenho a vontade e a certeza de que vai dar certo. Quando se torna real, quando vem pra fora de mim, o problema está armado: eu quero sabotar e terminar tudo. Eu sinto vontade de encerrar as coisas quando elas começam a acontecer.

Sou apaixonado pelos inícios, mas também pelos finais. Eu gosto de começar, de ver acontecer. Mas também gosto de terminar tudo. Vira e mexe sinto vontade de por fim em tudo e começar outra coisa. Sempre quero ter alguma coisa em mente para começar.

Quero, mas não quero. Sempre tenho algo em mente ou crio algo em mente pra começar. Mas eu quero ter um pouco da paz que me resta e quero levar algo pra frente de verdade. Quero entregar pro mundo de verdade essa mensagem. Não quero sentir vontade de terminar as coisas, de jogar tudo pro alto. Eu vou até o fim. Eu consigo finalizar. Mas por que eu quero finalizar do nada coisas que sequer começaram?

É o bichinho da autossabotagem que fica falando na minha orelha como se fosse um diabinho. Não era pra ser diferente? Eu já fiz tudo o que precisava fazer, todos os desafios para por em prática. Por que desistir quando já deu certo? Por que cancelar algo que coloquei tanto empenho para acontecer?

Foram tantas as coisas que eu já fiz e só agora entendo porque fiquei pulando de galho em galho. Porque eu nunca quis ter a responsabilidade de ver algo dando certo. Eu sei o que acontece quando dá errado: a gente vai pra próxima coisa. Mas e quando dá certo? O que a gente faz depois?

Eu antecipo o meu dar errado sem efetivamente dar errado. Simplesmente porque sei lidar e sei o que acontece. Mas será que eu preciso de uma coisa nova para dar certo? Será que não estou somente em outro caminho? Existem tantos para chegar na linha de chegada….

Aliás, existem vários caminhos para várias linhas de chegada diferentes. E a autossabotagem é aquela pessoa que fica ali, nas margens, dizendo que você nunca vai encontrar qual é o caminho certo e precisa urgentemente trocar de caminho. Você troca, troca, troca e só se atrasa para encontrar sua linha. Você nunca se deixa chegar no seu objetivo porque fica trocando de caminho várias vezes no meio do percurso.

Por que trocar tanto? Por que não ignorar essa vozinha e ir mesmo assim? Seguir em frente? A autossabotagem vai estar ali, de qualquer forma. Vale a pena dar voz ou ignorar o que ela diz?

Tem um relato da sua jornada e quer compartilhar com outras pessoas aqui no “Um dia de cada vez”? Envie para [email protected]. *Os relatos são publicados de forma anônima.

Cético, eu?
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Cético, eu?

Cético – adjetivo substantivo masculino
1. partidário do ceticismo;
2. aquele que não confia, que duvida;
3. descrente, questiona crenças estabelecidas.

Quando eu era criança, talvez por influência de Harry Potter, eu queria ser bruxo. Misturava vinagre, óleo, tinta e tudo o que encontrava pela frente, fingindo que eram poções. Sempre gostei do místico e nem sei o porquê. Minha família, por um lado, é bem católica. De outro, nem tanto, mas ainda sim com suas crenças.

Eu amava química. Uma vez, pedi de presente vidrarias de laboratório: tubos de ensaio, erlenmeyers, béquers, pipetas…. Sim, eu sei os nomes até hoje. Cético era uma coisa que eu não era. Cresci vestindo capas pretas e me interessando por tudo aquilo que não podia tocar.

Na adolescência, vivi a modinha dos signos desde o começo. Os zodíaco dos jornais e dos folhetins se tornou um mapa astral e um guia para conhecer as pessoas com as quais a gente se relacionava. Era ascendente, lua, vênus…. Qualquer pessoa que cruzava o meu caminho não era párea para as minhas análises. Será que eu já estava gostando de entender o ser humano nessa época?

Jovem-adulto, conheci o tarô como se fosse um chamado. Um dia, tendo exatos cinquenta reais no bolso, fui até a livraria e vi um deck de tarô a venda, junto com um curso. Comprei. Aprendi sozinho, treinando com pessoas próximas de mim até começar os meus primeiros atendimentos para fora. Ainda comecei a gostar de incensos, de ervas, pedras, guias…. Eu não conhecia nenhuma religião a fundo, mas me atraía e acreditava igualmente em todas elas.

Brincava que era politeísta. Acreditava em tudo o que cruzava o meu caminho. Mais uma vez, longe do ceticismo. As energias da natureza, o karma, as pedras, meus guias, meu baralho e meus astros eram as armaduras que eu tinha para criar minha narrativa de mundo.

Esse ano, comecei a estudar psicanálise. Entendi um pouco o funcionamento do nosso inconsciente e peguei uma linha reta, direta ao ser cético. Os signos de repente não me atraíam mais. As cartas de tarô também não. Por quê?

Eu me questionei dias e noites. Ainda não sei, mas sei que sou 8 ou 80. Não sei se consigo acreditar em algo que é científico ao mesmo tempo que consigo ter minhas crenças, baseadas puramente no que elas são: crenças. Para mim sempre tem que ter algo a mais.

Eu tenho a síndrome de ter algo a mais. A realidade para mim não é suficiente. Eu preciso me apegar a algo além. As crenças precisam de provas. A ciência precisa se desdobrar na minha frente. E eu me pergunto: para quê?

Tenho buscado largar essas amarras e assim que finalizar esse texto, vou calcular um mapa astral. Eu sou do tipo que acredita desacreditando, sabe? É como diz a Betty, daquele trote famoso: comé que pode isso?

Eu queria ele morto
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Anti-heróis: Eu queria ele morto

Todo mundo tem uma história trágica de amor. Aquele romance que tinha tudo para dar certo e não deu. Aquele romance que deu certo por muito tempo e algo trágico separou. Alguém, que mesmo com o passar do tempo e das circunstâncias ainda faz seu coração bater mais forte. Nós queremos ouvir a sua história e publicar aqui, no Beco Literário na nossa nova seção: anti-heróis.

Baseado no álbum novo do Jão, Anti-herói, que conta a história de um amor que devastou e foi embora, nós vamos ouvir a sua história e reescrevê-la aqui no Beco Literário para que possa ser eternizada e ressignificada, afinal todo mundo tem o seu the one that got away. 

ATENÇÃO: O RELATO ABAIXO TEM GATILHOS DE SUICÍDIO, TRANSTORNOS MENTAIS, RELACIONAMENTOS ABUSIVOS E AGRESSÃO VERBAL E EMOCIONAL. NÃO PROSSIGA CASO VOCÊ SEJA SENSÍVEL A UM DESSES ASSUNTOS E NÃO DISPENSE AJUDA PROFISSIONAL.

CVV – Centro de Valorização da Vida – Ligue 188 se precisar conversar

A gente se conheceu na minha casa. Ele era cliente da minha mãe e sempre ia lá com um amigo, o Gustavo*. O amigo e eu estudávamos na mesma escola.

Gustavo chegou em mim um dia e disse que o Fábio estava afim de mim e no dia seguinte, ele apareceu na saída da escola. Não ficamos nesse dia, mas nos encontramos de novo alguns dias depois e então, ficamos pela primeira vez.

Fábio era um garoto amoroso. Sempre dizia que eu era uma menina maravilhosa e divertida. Ele era só amores comigo. Depois disso, apareceu algumas vezes para me buscar na escola e começamos a namorar escondido.

Ele quis oficializar, então. Pediu aos meus pais.

– Sr. Antônio, eu gostaria de namorar a sua filha, Renata. – Ele disse.

– Não. – A reposta veio seca, cortante. E eu fiquei bem triste. Eu não era do tipo que pedia para sair nem nada do tipo. Achei que tivesse a confiança dos meus pais quando começasse a namorar, mas ela não veio.

Minha mãe intercedeu por mim.

– Antônio, deixa a garota namorar! Não tem mal nenhum, ela já tem 18 anos! – Ela dizia, o dia todo. – Melhor aqui em casa, com a gente sabendo, que escondido pelas beiradas da rua, hein?

Começamos a namorar duas semanas depois. Ele me levava para almoçar na casa dele aos fins de semana, rasgava elogios até não querer mais. Nosso começo de namoro foi lindo. Até que eu comecei a desconfiar.

– Amor, você é uma menina incrível! Eu amo quando você vem almoçar comigo, que você fica aqui comigo… – ele começava – O que seus amigos acham disso?

E eu, ingênua, respondia.

– Hum, não seria melhor se você não andasse mais tanto com o Mário? Nunca confiei muito nele. Ele repara muito em você. – Ele completava.

Eu, inocente, achava que eram sugestões para o meu bem. Ele sempre rasgava elogios sobre mim. Mas foi então que as coisas começaram e eu sequer percebi: me afastei de amigos, de pessoas que cresceram comigo. Me afastei de todos os rapazes que eu conhecia. Todos eles misteriosamente davam em cima de mim.

Foi quando o Gustavo começou a me vigiar na escola. Se eu falasse com um garoto no intervalo, ele corria para contar para o Fábio depois da aula. Sempre acabava em briga e eu sempre acabava me desculpando. Eu sempre era a culpada, afinal.

O controle avançou.

– Ei, você não acha essa blusinha muito decotada, não? Todo mundo tá olhando pra você. – Ele dizia.  – Esse shorts é muito curto, suas pernas são grossas. Todo mundo vai olhar.

Passei a mudar minhas roupas. Eu fui definhando. Hoje eu vejo o quanto morri aos pouquinhos naquela época. Comecei a andar de camiseta e calça. Nem sandália eu podia usar.

Então, eu comecei a adoecer fisicamente. O diagnóstico? Histeria. Quando aflições mentais começam a somatizar, isto é, encontrarem uma forma de saírem pelo corpo. Quanto mais a gente esconde, mais esses afetos saíam de mim em sintomas físicos.

Eu estudava perto de casa e consegui uma bolsa em uma escola cara da cidade. Ninguém poderia me vigiar lá e ele perderia seu controle sobre mim.

– Amor, você não acha que essa distância só vai nos separar? – Seu jogo mental começava. – É isso que as pessoas querem, deixar a gente enfraquecido, separado….

Eu passei a não dormir. Convulsões começaram a ser frequentes, assim como os desmaios. Eu mal andava na rua porque tinha medo de alguém ver e ir correndo contar para ele. Eu era um peso morto por dentro.

Comecei a tomar calmantes para dormir.

Um dia, eu estava com um outro amigo na rua. Ri como há muito tempo não ria. Tive uma crise de riso. Ele passou seu braço pelo meu ombro e pelo ombro de outra amiga, que estava do outro lado. O Gustavo viu e correu para contar ao Fábio.

– VOCÊ ME TRAIU!!!!!! – Ele esbravejava. – Eu faço de tudo por você e você fica aí, pra rua, me traindo feito uma piranha qualquer? Você me enoja, Renata. E você não dá a mínima pra mim e pro nosso relacionamento….

Minha mãe apareceu.

– Fábio, melhor você ir embora. – E então, se voltou para mim. – Assim, a Renata não faz mais coisas erradas para te magoar.

Fiquei sem reação. Minha mãe deveria ter me defendido. Mas ela não parou por aí.

– Você não tem vergonha não, Renata? – Seu tom era incisivo. – O garoto faz de tudo por você e você fica aí, brigando com ele… Assim não dá, né, minha filha? Não tem quem te aguente!

E nesse instante, eu cansei. O peso morto tomou conta de mim. Peguei minha cartela de calmantes e fui ao banheiro. Minha mãe achava que eu tinha tomado um comprimido para me acalmar.

Eu tomei os dez. 

No segundo seguinte, estou deitada na cama e todos os fantasmas vêm aos meus olhos meu saudar. Borrões disformes.

Ouço um barulho de sirene ao fundo, pessoas me carregando. Um médico? Alguém me amarrou. Eu vomito, mais de uma vez, repetidas vezes.

Meu pai tem mania de limpeza. Assim que alguém sai, ele entra pra ver se não fez bagunça. Ele achou um comprimido no chão. Minha mãe tentou se arrepender, mas já era tarde demais. Eu já estava entregue ao peso morto. Completamente grogue. Chamou a ambulância, fizeram lavagem estomacal. Sobrevivi, acordei dois dias depois.

Fábio sequer foi ao hospital. Fiquei dois dias apagada e ele não deu a mínima.

Voltei para a minha casa e ele apareceu.

– Oi, dona Márcia. Sou eu, Fábio. – Ele disse do portão. – Pode deixar que eu assumo a Renata a partir de agora.

Assumir. Como se eu fosse o volante de um carro. Como se eu estivesse grávida, mesmo sem nunca ter rolado nada. O peso morto virou uma bomba relógio em mim enquanto minha mãe falava.

– Fa, não estou encontrando a chave… Espera um minutinho só.

Peguei tudo de força que tinha dentro de mim e fui até a cozinha. Abri a segunda gaveta, das facas. E eu fui até o portão.

Depois da minha tentativa de suicídio, eu finalmente acordei. Eu sabia que era culpa dele e eu queria ele morto.

Vi seus olhos arregalarem, assim como os do seu pai, que estavam com ele. Ele correu para o carro. Foram embora arrancando pneu.

Ele nunca mais apareceu, eu me desfiz de tudo que envolvia Fábio na minha vida e nunca agradeci tanto pela chave que fora abduzida para baixo da mesa e ninguém viu. Ele finalmente estava morto pra mim.

* Os nomes foram trocados para manter as devidas identidades preservadas.

CVV – Centro de Valorização da Vida – Ligue 188 se precisar conversar

Tem uma história como “Eu queria ele morto” e quer contar aqui na “Anti-heróis”? Envie para [email protected]. *Os nomes foram e serão trocados para manter as identidades devidamente preservadas.

O que Luísa Sonza e Vitão nos ensinam sobre responsabilidade afetiva
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O que Luísa Sonza e Vitão nos ensinam sobre responsabilidade afetiva

Nos últimos dias, o relacionamento entre os cantores Luísa Sonza e Vitão foi pauta em todo lado. As suspeitas do namoro que começaram com uma música em parceria, ficou confirmada quando ambos confirmaram a relação por meio de suas redes sociais. Em pouco tempo, além da fofoca, uma outra questão foi levantada: os cantores não tiveram a famigerada responsabilidade afetiva com Whindersson Nunes, ex-marido de Luísa e amigo de Vitão?

Primeiro, vamos entender o que é responsabilidade afetiva ou responsabilidade emocional, de acordo com a definição:

Responsabilidade afetiva é ter comunicação e consideração. É tomar para si a responsabilidade pelo sentimento, afeto ou expectativa que você cria em alguém durante um relacionamento (no começo ou no final dele também). É praticar a empatia, se comunicar para entender o que a outra pessoa espera de você e deixar claro o que você espera dela, para que juntos, vocês possam ter as expectativas futuras alinhadas. É planejar um futuro com alguém, é não despertar o interesse sem a intenção de ficar.

Dito isso, precisamos estabelecer e entender que ninguém é obrigado a preencher nossas lacunas e a corresponder às nossas expectativas. Responsabilidade afetiva se desenvolve com o tempo, com os acertos e erros, com a maturidade. Pense em ser transparente com a pessoa que você está se relacionando quando pensar em ter responsabilidade afetiva.

É nesse ponto que quero analisar e estabelecer a relação de Luísa Sonza, Vitão e a mídia. Muita gente dizendo que ela não teve a tal responsabilidade afetiva com o ex-marido. Será?

Luísa e Whindersson terminaram o relacionamento há aproximadamente quatro meses. Agora, ela assumiu o relacionamento com o Vitão. O que eu quero dizer é: Luísa Sonza era, até então, uma garota solteira. Vitão, um rapaz solteiro. E não basta duas pessoas solteiras, que se gostam, para começar um relacionamento?

Luísa fez a parte dela e o que era necessário para iniciar um novo relacionamento, de acordo com as nossas convenções sociais: terminou o relacionamento antigo, não estava com ninguém. Uma vez que você termina, você cumpriu o requisito principal e mais importante para começar um novo relacionamento, quando quiser.

Falar de responsabilidade afetiva aqui é silenciar e subjugar Luísa. É querer que ela corresponda às expectativas da mídia e do que as pessoas esperam que ela seja, um domínio de outra pessoa. Não vou entrar muito nesse assunto porque aqui perco meu local de fala, mas recomendo o perfil da Manuela Xavier, psicanalista incrível que faz análises cirúrgicas da situação da mulher perante a uma situação como essa. Aqui, quero me ater ao assunto da responsabilidade afetiva, unicamente.

As pessoas ficam viúvas, órfãs, enlutadas, de uma relação que não as envolve. A relação que existia era entre Luísa e Whindersson. Sua responsabilidade afetiva era durante o relacionamento. Acabou, acabou. Ela (e qualquer outra pessoa  solteira) assume o relacionamento que quiser depois disso.

Até quando vocês querem culpabilizar e destinar as expectativas frustradas de vocês para pessoas que não tem absolutamente nada a ver com isso?

Imagina terminar um relacionamento e não poder começar outro porque é falta de responsabilidade afetiva?

morar sozinho em outra cidade
Colunas, Estreias

Como é morar sozinho em outra cidade?

Morar sozinho, por si só, já um tremendo desafio. Adicione o fato de morar sozinho em outra cidade, longe de (quase) todos que você conhece e poderiam te ajudar em uma dor de barriga.

Com 21 anos, no último ano da faculdade, me mudei de São José dos Campos para Taubaté, onde eu fazia faculdade e trabalhava, para facilitar as coisas e morar com o meu namorado. Você pode falar, ah Gabu, mas são só 40 minutos de distância entre uma cidade e outra. Nem é tanto assim! Mas posso te garantir: faz toda a diferença.

Em Taubaté, além do Patrik, meu namorado, eu só tinha alguns poucos amigos da faculdade. Poucos, porque a maioria deles era de outra cidade e ia até Taubaté só de noite para estudar. Para resumo, umas duas ou três pessoas.

A mudança foi tranquila. A gente comprou os móveis principais (fogão, geladeira e afins – mas isso é assunto para outro post), outros nós já tínhamos e alguns nós improvisamos, tipo um sofá de pallets, colchão e almofada. O primeiro apartamento tinha poucos metros quadrados. Não dava para mais de duas pessoas morarem nele, mas ainda sim adotamos um coelho, o Gabrik.

Em um primeiro momento, você pode pensar que nada acontece assim, de tão extraordinário que precise de um help imediato de alguém da sua família ou conhecido. E mesmo hoje, dois anos depois, em outro apartamento e outra realidade, as coisas não mudaram muito.

A primeira vez aconteceu quando um cano estourou na cozinha. O azulejo ficou alagado por dentro. O que fazer? Encontrar o registro e desligar. Entrar em contato com um encanador. Mas onde fica o registro? Qual é o registro? Onde encontrar um encanador de confiança? O quanto é o valor do serviço e o quanto são pessoas querendo passar a perna por perceberem que são pessoas que não conhecem nada?

E lá se vai a gente ligar desesperado para os nossos pais. Você nunca sabe quando um cano vai estourar. Nem o que fazer com isso.

Outro dia, cozinhando, o Patrik, sem querer, derrubou uma panela de água quente no pé. Ok, chamo uma ambulância? Como chegamos ao hospital sem ter um carro? Ele não conseguia andar e estava morrendo de dor. Será que o Uber chega a tempo às 3h da manhã?

As coisas que você menos imagina acontecem quando você vai morar sozinho e, quando você está longe da sua rede de apoio, tudo fica ainda mais complicado. A gente sabe muito da teoria ensinada nas escolas, mas nada da prática.

Eu aprendi até a montar um armário de cozinha. Pela intuição. Peguei as tábuas, martelei aqui e ali e o armário estava montado. Ficou meio bambo? Ficou, mas isso não importa agora.

Hoje em dia, algumas coisas parecem que entraram em mim por osmose ou pura intuição. Eu sei como separar as roupas do cesto sem pegar pelo em nenhuma delas. Sei tirar manchas de vela, como clarear os azulejos e desentupir pias. Como lidar com síndicos e vizinhos sem noção e como me impor. Mas alguém precisa te falar: não é fácil, de verdade! Estando longe de todo mundo, é normal que bata aquela insegurança. Sendo jovem, as pessoas vão te olhar como se você fosse besta, impotente ou como se não levasse as coisas a sério. Ô se vão!

Recentemente, nosso coelho, o Gabrik, morreu. Eu estava cozinhando e senti que ele não estava normal. No mesmo instante, já liguei pro veterinário de plantão especializado, chamei um Uber e chegamos em menos de 30 minutos. Infelizmente, ele veio a falecer. Ok, eu sabia o que fazer até aquele momento. Mas e o corpinho? Não é justo deixar lá para descarte. Onde vamos enterrar? Moramos em um apartamento, que é grande, mas não tem um canteiro e é alugado!

E lá se foi o Patrik ligando para os pais dele, que chegaram em casa algumas horas depois para levar o corpinho para ser enterrado na chácara. E se eles não pudessem vir? A resposta era pegar um Uber até a cidade vizinha, que provavelmente seria mais de cem reais.

O fato é: morar sozinho é caro. Morar sozinho é complicado. Morar sozinho, em outra cidade, longe daquela rede de apoio que você se acostuma é complicado e, muitas vezes, para solucionar seus problemas, você vai precisar de mais dinheiro ainda.

E quem disse que jovens tem dinheiro assim? O jeito é dar o famoso jeitinho aqui e ali porque, apesar da dificuldade, eu faria tudo de novo. Sair da casa da minha mãe me proporcionou um autoconhecimento e um conhecimento de mundo incrível. Eu tive essa oportunidade, parte por necessidade, mas consegui. E, se você tem essa oportunidade também, vai fundo. Não se acomoda.

Eu sei, é mais quentinho ali no conforto da casa da sua família, com tudo na sua mão. Mas, a partir do momento que é você por você, ou no máximo, você e seu namorado contra o mundo, a figura muda um pouco. Saiba que os momentos difíceis vão aparecer de onde você menos imagina. Mas a solução também vai sair de uma perspectiva que você jamais imaginou antes.

inclusão social de surdos
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A falsa inclusão social de surdos no Brasil

Mais de dois milhões de pessoas possuem deficiência auditiva severa no Brasil, número que tende a aumentar em progressão aritmética nos próximos anos. Considerando que o país tem 207 milhões de habitantes, o número eloquente de surdos, de acordo com o censo do IBGE de 2010, corresponde à população do Distrito Federal.

Tamanha expressividade não pode ser deixada de lado e o debate da inclusão dos surdos no sistema educacional é de extrema importância, principalmente para a sociedade em que vivemos que parece estar sempre em ritmo acelerado em todos os aspectos, esquecendo-se da empatia pelo próximo. É preciso pensar que existem pessoas com necessidades diferentes da generalidade considerada “normal” e é preciso incluí-las de maneira efetiva no sistema educacional, com professores bilíngues não só na teoria, mas também na prática.

O tema já foi alvo da redação do Enem e buscou, exatamente, essa expressividade que falta para a população surda. As críticas existem, mas de maneira tão ferrenha aconteceu tão somente por conta da especificidade do tema. Mas não pode se esperar muito: pessoas que nascem com um direito social intrínseco e inextricável, jamais entendem pelo o que passa uma minoria que luta pelo o que eles julgam básico para sobrevivência.

Não se conhece o mundo de uma pessoa nessas condições só pela observação e estudo. É preciso estar inserido no meio em que vivem, e só dessa forma será possível entender suas cicatrizes e onde os sapatos apertam. Os caminhos são diferentes de uma pessoa para a outra, e todos são seres humanos, com direito a espaço, respeito e aprendizado.

No entanto, é a velha história da empatia inexistente. Não há espaço para a população surda na realidade brasileira atual. O assunto é específico e nesse mérito não podemos mexer. Mas é esta a hora de levantar bandeiras pelo o que precisa ser ouvido, e acima de tudo, entendido. Os jovens, maior público do Enem, são aqueles que irão moldar o futuro de toda uma massa e para tal, a conscientização precisa acontecer desde já.

O Brasil precisa acordar para a inclusão efetiva das pessoas com qualquer grau de deficiência, fato que é garantido pela Constituição Federal: é um dever de todos e o dever não é posto em prática sem conhecimento de causa, mesmo que de maneira superficial. É preciso saber e não fechar os olhos para a realidade.

Observa-se, também, que tal comportamento é facilmente explicado pelo discurso neoliberal que a sociedade brasileira prega. Palavras bonitas de inclusão e de aceitação ao diferente são proferidas aos quatro cantos do país, mas, na hora de colocar em prática, nada, senão a hipocrisia dos olhos fechados e das críticas que recaem sobre um simples tema de redação em que a população surda conquistou para sua luta de causa, contra muitos outros que foram dados para a população considerada dentro da normalidade.

Vai muito além de conquistar uma nota máxima na redação. São vidas e sua qualidade que entra em xeque-mate junto aos dois milhões de brasileiros esperando melhorias e outros quase sete milhões de jovens que prestaram a prova.

Mais do que nunca, é necessário conquistar novos espaços. A semente foi plantada e agora precisa germinar para todos os lados. É preciso que a Libras seja disciplina efetiva e não só optativa de maneira teórica, de forma que essa conquista seja apenas a primeira batalha dessa guerra, que só é nomeada de minoria. Sempre tiveram surdos no Brasil e não são poucos. São anos de luta, de busca por reconhecimento e voz nas esferas educacionais, políticas e sociais. A causa estava invisível, pendendo inclusive para a solução inconstitucional da educação segregada, o que diminuiria ainda mais a democratização dos estudos e aumentaria a distância entre alunos com e sem deficiência.

O histórico é de violência e violação de direitos básicos. No passado, a população surda chegava a ter as mãos amarradas, para que pudessem aprender a falar e não pudessem fazer sinais. No presente, existem adeptos da oralização, que defendem que as pessoas surdas compõem uma cultura própria e precisam ser segregados. Tamanho absurdo não pode ganhar força entre as pessoas.

São vidas, pessoas com sonhos e aspirações iguais ao de qualquer outra. E, para todos, empatia é a palavra-chave. Empatia essa que vem de berço e é cultivada no dia-a-dia para disseminação do amor e da responsabilidade social. Não são mais as crianças surdas que precisam se adaptar, negar a sua identidade ou serem convencidas a viver em uma comunidade a parte, mas as escolas que precisam se modificar e se adequar para acolhê-las de maneira justa.

Colunas, Novidades

O desafio da exigência de êxito

O famoso “Poema em Linha Reta” nos diz que todos os conhecidos do poeta eram verdadeiros campeões em tudo, sem derrotas ou fracassos. O poeta, ao contrário dos demais, experimenta todos os erros, inseguranças e medos humanos. Caso ainda não conheça esse poema de Fernando Pessoa com pseudônimo de Álvaro de Campos, vale a pena ler.

O empreendedorismo é uma ilusão que cabe certinho nas nossas fantasias de sucesso: se eu trabalhar bem e muito, serei vencedor em tudo! Há aqui uma certeza embutida de que somos os mestres de nosso próprio destino e, embora isso não esteja de todo errado, esse futuro sonhado é sempre brilhante e glorioso.

Nosso futuro é resultante de variáveis complexas atuais e de eventos passados que certamente desenharam nosso presente. Além disso, algumas dessas decisões são tomadas e ainda modificadas por cada um. O equívoco está em acreditarmos na liberdade plena da decisão consciente sobre nossos atos, já que há em nós uma faceta inconsciente que direciona nossos desejos em cada ato. A parte mais equivocada e triste: não há nenhuma garantia de eficácia e do futuro tão sonhado se concretizar do jeito que idealizamos.

O poder ilusório de ter o futuro nas mãos traz amarrada a certeza de amarga responsabilidade, pois se o ouro não vier, será por falta de esforço da parte do sujeito. Sabemos que as condições sociais e culturais são desiguais e que a boa vontade não é suficiente e, ainda assim, a culpa sobreviverá! E remoeremos, horas a fio, onde e como poderia ter sido feito diferente, e ensaiaremos o que deveria, o que poderia, como, e o constante ‘e se’ martelando as lembranças.

A psicanálise aposta numa determinação inconsciente e que esse é transmitido através da linguagem para além da língua trazendo consigo a cultura. Esse nos precede e nele nos enlaçamos desde o início, através do olhar e voz maternos, dos toques e cuidados que precisamos para sobreviver dada a nossa inexorável vulnerabilidade. O laço nos garantirá a vida.

Os fatos passados que hoje nos afetam podem ser interpretados e ditos de alguma outra forma e a análise se presta à escuta que tornará possível esse percurso. Ressignificar o passado é de certo modo modificá-lo na realidade subjetiva que representará uma mudança atual abrindo novas possibilidades de escolha do futuro que podemos vir a ter.

“Arre, estou farto de semideuses! Onde é que há gente no mundo?”, continua o poeta mencionado no início. Na vida nós encontramos alegrias, mas também sofrimentos e sempre fazemos o que nos é possível. É preciso lembrar que sempre será o nosso melhor, dadas as circunstâncias, dadas as possibilidades, dada a nossa história que a tudo, em cada um desses atos, foi determinante. Alguma generosidade no cuidado de saúde mental pode representar uma qualidade de vida ímpar e valiosa.

Longe dessa exigência de êxito, talvez possamos considerar apenas o que nos seja melhor possível sempre. Talvez, lacrar e brilhar acima de todos não seja uma escolha tão feliz assim. Talvez, aceitar uma errância onde eventualmente se acerta possa trazer novamente gente para habitar nosso mundo atualmente pleno de pretensos semideuses. Portanto, deixemo-nos fracassar um pouco!

Colunas, Livros

Como incentivar os jovens para que leiam mais livros?

As palavras têm muita força. Por isso, devemos prestar atenção quando falamos algo, já que uma opinião inadequada sobre algo pode desestimular o processo de cada um. Isso acontece muito durante os incentivos que despertamos em nossos filhos ou na falta dele, no decorrer do aprendizado ou interesse por determinada atividade, principalmente a leitura de livros.

A leitura quando inserida desde cedo aflora a criatividade e o desenvolvimento cognitivo, além de nos ajudar a estabelecer outro nível de qualidade de interação com o nosso entorno. A última edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, de 2016, revela que crianças, adolescentes e jovens concentram as maiores proporções de leitores na população. Na faixa de 5 a 10 anos, 67% são leitores; o topo do índice está na faixa de 11 a 13 anos, com 84%; 75% entre os jovens de 14 a 17 anos; e 67% são leitores na faixa de 18 a 24 anos .

Diante do cenário de um mundo cada vez mais conectado, o trabalho dos pais em incentivar a conexão dos filhos com os livros fica cada vez mais desafiador, principalmente da adolescência em diante, como aponta a pesquisa. Porém, uma vez que o hábito de leitura seja inserido desde cedo, e os filhos sejam estimulados a ler não só livros recomendados por pais e professores mas também aqueles de sua livre escolha, há muito boas chances do gosto pela leitura perdurar por toda a vida. Por exemplo, temos visto um interesse crescente e espontâneo da juventude pelas obras de ficção de fantasia e thrillers.

Um dos grandes dilemas dos pais atualmente é conciliar a rotina de home office com as necessidades dos filhos. Nesse contexto, pode passar despercebida a necessidade de contribuir para que eles não percam o interesse pela leitura durante esse momento de pandemia, visto que em casa existem outras possibilidades de entretenimento (TV, videogames e internet). Assim, dialogar com os filhos é fundamental: converse com eles, fale sobre alguns de seus livros favoritos, o que aprendeu com eles, como a sua leitura mudou a sua vida para melhor; e demonstre interesse genuíno pelos livros que seus filhos estão lendo nesse momento .

Outra dica é organizar uma agenda em comum acordo com os filhos. Separe o horário da lição de casa, dos videogames, da conversa em família e da leitura. Sugiro também você se lembrar daqueles livros que te marcaram na adolescência e juventude e presentear seus filhos com eles. Você pode, inclusive, ler alguns deles junto com eles. Além de criar um vínculo maior pai/mãe-filho, também é uma estratégia interessante para despertar a curiosidade, potencializar a imaginação e ajudar no desenvolvimento deles para que se tornem seres humanos e cidadãos melhores.
Desempenho do mercado livreiro nacional
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Desempenho do mercado livreiro nacional aponta mudança de comportamento do leitor

O levantamento Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro – realizada pela Nielsen Book e coordenada pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e Câmara Brasileira do Livro – aponta que houve um crescimento de 7,7% nas vendas para o mercado nacional. Esse dado significa que, descontada a variação do IPCA no período, o aumento real foi de 3,3%. O melhor resultado foi registado em Obras Gerais, que obteve um aumento real de 14,8%. Um dado interessante, na minha opinião, está na comercialização: destaque para um aumento relevante em livrarias exclusivamente virtuais; vendas pela internet e marketplace; e para escolas e colégios. A venda online cresceu de 0,74% para 5,2%.

Em 2019, o setor livreiro produziu 395 milhões de exemplares, sendo que 80% deles foram reimpressões. O comparativo entre 208 e 2019 revela que houve um aumento de 7,5% no número de títulos e 13% em exemplares. O faturamento foi de R$ 5,7 bilhões – R$ 1,6 bilhão é resultado das vendas para o governo. No ranking de gênero, o melhor desempenho, excetuando didáticos, está nos livros religiosos, seguidos por literatura infantil e adulta, respectivamente.

Desde 2014 não temos um resultado tão positivo. Claro que estamos longe do ideal e que a pandemia terá um impacto considerável no setor – a estimativa é que as perdas acumuladas, até o presente momento, sejam de 13% – mas os dados indicam a reação do setor, sobretudo uma mudança comportamental do leitor brasileiro. Com o isolamento social e a impossibilidade de comprar livros diretamente nas livrarias, os leitores brasileiros têm investido na aquisição de e-books. Essa é a aposta da Primavera Editorial que desde 2015 passou a fazer a conversão do catálogo de títulos para o digital e adotar, para os novos títulos, o lançamento de versões on-line e impressas. Hoje, com 89 obras no portfólio de e-books, a editora registrou 4.853 downloads da obra O livro dos negros, em apenas 12 dias; esse foi o primeiro título a integrar a ação de marketing, exclusiva para o período de quarentena.

O aumento nas vendas de dispositivos eletrônicos de leitura, nos últimos anos, fez com que a Primavera Editorial investisse no lançamento e na conversão do catálogo para atender a esse público crescente. Além da versão digital, investimos em audiolivro que, segundo estimativa, aumenta dois dígitos ano a ano. Mesmo quando as editoras não estavam dispostas a investir para criar um portfólio sólido de títulos, fomos na contramão. Desde 2015 temos feito um trabalho que tem por objetivo dar ao leitor de língua portuguesa opções de obras em diferentes plataformas – do impresso ao on-line; essa estratégia de estreitar relacionamento com os leitores, via downloadgratuito de títulos, tem se mostrado acertada. Ao ter acesso a um livro gratuito, esse leitor fica curioso em saber mais sobre a Primavera Editorial e se sente instigado a adquirir mais obras.

Que ao término do distanciamento social e vencida a pandemia do covid-19, possamos lembrar que os livros foram – para muitos de nós – grandes companheiros para vencer um dos momentos mais difíceis da humanidade. E eles serão, também, grandes conselheiros da fase que está por vir.

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Canal: Me poupe, por Nathalia Arcuri – Beconomize #01

Já acompanho o canal Me poupe! da Nathalia Arcuri há muitos anos e há pelo menos um, li seu livro com mesmo nome, que promete várias regras para sair das dívidas. Na época, eu estava bem endividado e segui a risca algumas de suas dicas. Consegui negociar, sair das dívidas e fazer minha reserva de emergência. Meses depois, quase tive que sair da faculdade por falta de pagamento e, com as mesmas dicas consegui aumentar a minha renda e estou a 15 dias da formatura.

A própria Nathalia me chamou pra contar essa história em um dos seus eventos e foi nele que tive esse estalo. Se isso acontece comigo, também deve acontecer com vários estudantes ao redor do Brasil. Nisso, resolvi fazer uma resenha em partes do livro, em vídeo, contando as minhas experiências e como apliquei em cada capítulo. Dá uma olhada no primeiro episódio:

O quadro novo, intitulado de Beconomize é herdeiro de umas das atrações mais antigas do Beco Literário, em que escolhíamos livros em promoção todas as semanas para vocês. Quem é Becudo das antigas deve se lembrar. Paramos de fazer aqui no site, mas reativei no canal e quero te ajudar a economizar não só nos livros, mas em outros aspectos da vida também. Claro que não sou nenhuma Nathalia Arcuri, mas se eu conseguir te fazer entender como eu fiz, já é uma grande vitória.

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