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Por que livros físicos ainda continuam sendo melhores que os digitais?
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Por que livros físicos ainda continuam sendo melhores que os digitais?

Hoje em dia, com tudo acontecendo na tela do celular, cada vez mais vemos os livros físicos sendo substituídos pelos seus primos e-readers (Kindles, Kobos, Levs, e outros). Todos os dias vemos casos de pessoas que doaram 95% de seus livros físicos para ter apenas os arquivos digitais, uma biblioteca inteira dentro de um único aparelho mas, será que vale a pena? Olha só:

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1- Livros digitais não tem como por na estante
Sabe aquelas bibliotecas lindas de filme, de Instagram, que você fica babando? É, elas são feitas de livros físicos. Além de você ter ele ali, presente, ainda serve como objeto de decoração. Já viu as capas dos livros hoje em dia? É uma mais linda que a outra! (E a maioria dos e-readers são preto e branco, diga-se de passagem).

2- Livros digitais não tem cheiro, nem sensações
TEM ALGO MELHOR QUE CHEIRO DE LIVRO NOVO? Você não consegue pegar aquele livro na mão, recém-comprado, sentir a textura da capa, a qualidade da folha e depois abrir bem no meio de sentir aquele cheirinho único, cada livro tem o seu.

3- Numa tarde de autógrafos com o autor, fica sem autógrafo
A gente lê, sofre durante uma semana inteira com aquela história, quer conhecer a “mente maligna” por trás daquilo e chega na hora, tiramos uma foto mas e o autógrafo com recadinho na primeira capa? Não tem como no livro digital também.

4- Não são legais para dar de presente
Para quem é leitor, não tem presente mais incrível que aquele livro que estava namorando há anos na vitrine, embrulhado no papel de presente da livraria. É até legal ganhar um livro digital, mas não tem a mesma magia.

5- Precisam de marcadores
Leitor que é leitor tem coleção de livro e marcador de página, lado a lado. Imagina só não ter onde usá-los?!

Ah, mas livro digital também tem suas vantagens.

6- Não precisa de luz ambiente
Quem nunca quis ler só mais um capítulo depois que os pais mandaram ir dormir no meio da madrugada? Com o livro digital, você não precisa de luz porque a maioria deles tem uma luz suave que se parece bastante com a página de papel.

7- Chegam na hora, são mais baratos e não paga frete
Se você está desesperado pela história, talvez o digital seja a melhor opção. Além de chegar para você no momento da compra, não tem frete e geralmente são mais baratos que a edição física.
8- São fáceis de carregar e não amassam na mala
Leitor tem mania de ler 5 livros ao mesmo tempo. Imagina carregar 5 livros em uma mala? Já foi metade dela, sem falar do peso. A grande vantagem do leitura digital é carregar milhares de livros sem ocupar o peso de um livro todo.

9- Dá para salvar frases legais sem estragar o livro
Você pode grifar, fazer anotações e guardar trechos marcantes sem estragar, como acontece no físico e dá aquela dor no coração. Além disso, você também não precisa gastar com aqueles adesivos de marcar as páginas legais.

Na realidade, o importante é ler. Se você é daqueles que gosta de colecionar, de manter todos lado a lado no seu quarto em uma estante enorme, faça isso! Se você é desapegado, gosta de absorver o conteúdo e não liga muito para o físico, faça isso também. O mais legal da leitura é que ninguém vai te julgar pelo o que você está lendo, pelo o que você curte e o que não curte. Cada história agrega um pouquinho mais à sua história e com certeza, abrem a sua mente para que seja um ser humano cada vez melhor. Então, seja Harry Potter ou Crepúsculo, Senhor dos Anéis ou Cinquenta Tons de Cinza, só leia e absorva o máximo de coisas positivas para si mesmo!

Feliz Natal para você, Beco Lover!
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Feliz Natal para você, Beco Lover!

Hoje, eu só queria te desejar um feliz Natal! É nessa época que ficamos mais reflexivos, que pensamos em tudo o que aconteceu até agora, dentro do nosso ano (junto com o ano novo). Por isso, hoje, eu só queria te agradecer por nos ler aqui no Beco Literário.

Temos nossos altos e baixos, idas e vindas, períodos com 30 textos por dias e períodos com 30 dias sem texto. E você continua aqui. Hoje, você não vai ler nenhum textão. Só esse, te desejando um feliz Natal. O nosso maior presente é ter você aqui conosco.

Se você está com sua família ou rodeado de pessoas que você gosta e querem o seu bem, feche agora essa aba e vá aproveitar a companhia deles. Se você está sozinho, sozinha ou sozinhe, quero que você saiba que estou aqui com você. Por isso, aqui vai uma lista de textos para você ler e se acolher neste momento:

Resenha: Amor & Gelato, Jenna Evans Welch

Resenha: O Contrato, Melanie Moreland

Previsões para 2022: Veja o orixá regente do ano que vem

10 livros que todos deveriam ler

Resenha: Os sete maridos de Evelyn Hugo, Taylor Jenkins Reid

As melhores frases de “Os sete maridos de Evelyn Hugo”

O que significa sonhar com uma pessoa que já morreu?

Um abraço,

Equipe do Beco Literário, com carinho, para os Becudos.

A racista que existe em mim: uma reflexão sobre o livro “Pequeno Manual antirracista”, de Djamila Ribeiro
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A racista que existe em mim: uma reflexão sobre o livro “Pequeno Manual antirracista”, de Djamila Ribeiro

A racista que existe em mim não queria escrever este texto. Porque, antes de tudo e acima de todos, ela não se acha racista. Afinal, ela tem amigos negros, um marido negro e uma filha negra, então, como ela poderia ser racista?

A racista que existe em mim sente uma necessidade constante de reafirmar que não é racista. Ela repete de novo e de novo, como um mantra, uma canção que adormece o monstro que ela sabe que dorme dentro de si. O monstro do racismo.

+ Qual é a minha cultura?

Eu odeio esse monstro. Mas também sinto medo dele. Medo de ser dominada por ele em algum momento e dizer ou fazer algo que eu não queria. A racista que existe dentro de mim acha que manter o monstro adormecido é o suficiente, pois, enquanto ele dorme, ninguém sabe que ele está ali. Eu sei.

Djamila Ribeiro afirma em seu livro “Pequeno Manual Antirracista” que “é impossível não ser racista tendo sido criado numa sociedade racista”. E, no Brasil, nós somos criados em uma sociedade racista que normaliza o negro como bandido, associado à pobreza, falta de cultura e pouco estudo.

Nós não nos incomodamos por não vermos negros nas propagandas de marcas famosas na televisão ou por que a maioria dos personagens negros nas novelas são de empregadas domésticas, motoristas ou algum núcleo de escravos em uma novela de época. Ou do núcleo da favela, não podemos esquecer. Afinal, a maioria dos personagens traficantes ou pobres são negros.

Nós não nos incomodamos em abolir expressões racistas do nosso vocabulário, como mercado negro e criado-mudo e justificamos contextos racistas em músicas e obras literárias com a boa e velha “era a cultura da época”. Repassamos isso por gerações como um patrimônio histórico. O patrimônio do racismo.

Em seu livro, Djamila também diz como o antirracista acaba virando o “chato” porque, a partir do momento em que você escolhe cutucar todas as feridas de uma sociedade construída em cima do racismo e da desigualdade que esse racismo traz, você fica mesmo muito chato.

Assim como bem aponta a autora, o racismo no Brasil é estrutural, portanto, vive nas entranhas da nossa sociedade por muito mais tempo do que gostamos de admitir e isso é realmente muito “chato”. Tão chato que falar sobre racismo é um assunto incômodo, um tabu, pois ninguém quer ser o primeiro a cutucar a ferida.

Essa ferida deve ser cutucada. E, digo mais, cutucada por quem criou ela: os brancos. No “Pequeno Manual Antirracista”, Djamila Ribeiro faz uma afirmação interessante de que o racismo foi criado pelo branco. Nada mais verdadeiro e mais óbvio, porém, pouco pensado dessa forma e, muito menos, discutido.

E é interessante pensarmos sobre isso porque, antes da escravidão, os povos negros viviam em etnias, culturas e línguas ricas e diversas, mas foram reduzidos pelos brancos a, simplesmente, “o negro”. Assim como todo o continente africano foi reduzido a África (acredito que deva ter gente por aí que até pensa que é um país só). Ou como tantos povos com suas histórias e tradições foram reduzidos a nada.

O branco tem muita dificuldade de entender o seu papel no racismo, mesmo sendo o seu criador, praticante e maior defensor. Ele acha que não faz parte porque ele não é racista. Ele nunca escravizou ninguém. Ele tem amigos negros. Ele emprega pessoas negras e jura que a meritocracia funciona.

Eu concordo com a Djamila quando ela diz que não ser racista não é o suficiente. Devemos ser antirracistas. Devemos nos incomodar por, em um país com 56% da população sendo negra (o que torna o Brasil a maior nação negra fora da África), ter tão poucas pessoas negras em cargos de poder. Devemos nos incomodar pela falta de autores negros nas bibliografias de cursos superiores, nas antologias, em cargos de gerência e até no núcleo rico da novela.

A racista que existe em mim sabe que goza do privilégio branco e que as coisas não são nem de perto como deveriam ser. Mas é cômodo para ela ficar quieta, continuar usufruindo de seus privilégios e fingir que essa luta não a pertence. Afinal, ela não é racista. Ela não escravizou ninguém. Ela tem amigos negros.

25 lições que aprendi aos 25 anos
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25 lições que aprendi nos meus 25 anos

É, hoje eu faço 25 anos. Como eu gosto de falar, mais 25 anos e eu tenho 50. Mas, nesse tempo, que parece que passou rápido, mas nem tanto, aprendi algumas coisinhas. Algumas mais sérias que outras e, por isso, resolvi compartilhar com vocês.

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Se você é mais novo, provavelmente vai duvidar de algumas coisas. Se você é mais velho, é provável que você veja que também posso estar equivocado. No entanto, essa é a graça da vida, certo?

Vamos para as lições:

  1. Morar sozinho é difícil. Parece que vai ser um mar de rosas todos os dias e que a gente vai ter uma geladeira cheia de chocolate. A realidade é outra e tem dias que a gente só quer deitar, dormir e sumir de todas as responsabilidades.
  2. Seus pais não são seus inimigos. Eles são seres humanos que também erraram tentando acertar. E, talvez, você perceba que seus jeitos, costumes e personalidades são totalmente diferentes, mas que vocês ainda sim, vão encontrar uma forma de se amar – cada qual na sua linguagem.
  3. Relacionamentos são complicados e dependem muito mais de uma escolha do que de sentimentos fortes e loucos, como fizeram a gente pensar nos livros.
  4. Julgue menos as pessoas. Cada um lida uma batalha interna que a gente não conhece e cada pessoa se compensa de uma forma diferente. Tenha empatia.
  5. Seus amigos estarão com você, mas vocês não conseguirão estar juntos todo o tempo do mundo. Por isso, aproveite ao máximo os momentos de companhia e descontração.
  6. Muita coisa vai dar errado. As pessoas vão te testar, te julgar, te tirar do sério. E está tudo bem, faz parte da vida.
  7. Cuide da sua alimentação e faça exercícios físicos. Mesmo que você não goste, assim como eu, seu corpo vai sentir o peso do tempo e vai mudar aos 25 anos. Cuide bem da sua saúde.
  8. Não abra mão das suas diversões. Coma fritura, beba e aproveite a vida. Tudo precisa ter um equilíbrio.
  9. O dia seguinte após uma bebedeira com os amigos vai ser mais pesado. Você não vai estar tão “pronto pra outra” aos 25 anos como estava aos 18 anos.
  10. A menos que você seja uma pessoa noturna, você vai sentir sono mais cedo e não vai aguentar tanto tempo nas baladas.
  11. Sua casa é seu templo. Você vai se ver atravessando distâncias enormes só para dormir no conforto da sua cama.
  12. Família a gente escolhe. Escolha bem quem são as pessoas que estarão ao seu lado nas trincheiras da vida e não dê tanta importância para aquela tia chata que só sabe te menosprezar.
  13. Às vezes, precisaremos nos afastar de pessoas que amamos para ir atrás dos nossos objetivos.
  14. Dialogue. Converse, exponha todos os seus sentimentos, fale o que você está sentindo. Diga que amou a saída dos seus amigos, diga que não gostou tanto da forma como te trataram. Fale!
  15. Você vai perder pessoas. E está tudo bem. Alguns ciclos precisam encerrar para que outros possam começar.
  16. Não se apegue tanto ao “trabalhe com o que você ama”. Aos 25 anos, você vai entender que precisa ter uma afinidade com seu trabalho, mas não precisa amar. Ele é uma parte da sua vida e não define quem você é.
  17. Faça um planejamento financeiro e poupe dinheiro para o futuro próximo e para o futuro distante. Na vida adulta, acontecem muitas emergências e precisamos estar preparados.
  18. Seus amigos vão se casar, ter filhos… E outros ainda estarão vivendo a fase adolescente da vida. Acostume-se a ter os dois tipos de pessoa por perto.
  19. Adote um pet. Eles estarão do seu lado na alegria e na tristeza e enchem nosso coração de amor.
  20. Aprenda a não ter nojo da comida molhada no ralo da pia. Você vai ter que colocar a mão nela todos os dias. Aprenda a trocar um chuveiro quando a resistência queimar (tem vídeo no Youtube).
  21. Faça terapia e análise, e também cuide de sua espiritualidade. Todos os perrengues ficam mais fáceis quando a gente está bem com nós mesmos.
  22. Vão partir seu coração e vai doer tanto quanto você tinha 15 anos. Mas, aos 25 anos, você vai ter que continuar seguindo com a vida, mesmo com o coração partido, então, aprenda a curar e a acolher você mesmo.
  23. Você vai ter que engolir muito sapo. De chefe, de cliente, de amigos. Faz parte.
  24. Não deixe que definam quem você é, mas não se torne uma pessoa fechada para mudanças. Aprenda com os outros e leve toda crítica de forma construtiva, mesmo que a intenção da pessoa não seja essa.
  25. Você vai encontrar muita gente má e que quer passar a perna em você. Saiba ser firme e também a defender os seus próprios interesses.

E aí, qual dessas você já aprendeu e quantos anos você tem? Me conta nos comentários se tiver mais alguma coisa a acrescentar! 🙂

Inspirado no post do Entre todas as coisas, 25 lições que aprendi aos 25 anos.

Como ela concilia a carreia de médica e escritora?
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Como ela concilia a carreia de médica e de escritora?

Anne C. Beker é formada em Medicina, com especialização em endocrinologia pediátrica, há mais de vinte anos, mas no momento, ser escritora é o novo desafio que ela enfrenta. Subterrâneo: ascensão é seu lançamento futurista, em que a civilização foi forçada a viver no subsolo, pois o ar tóxico tornou a superfície terrestre inabitável.

+ Estudos e mundo geek: É possível conciliar?
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Ao decorrer da trama, Anne desvenda um mistério que instiga os personagens: o que acontece com as pessoas que voltam para a superfície? Essa mudança radical no enredo é proposital. É assim que a autora convoca o leitor a acompanhar esta jornada épica no segundo tomo da saga de três volumes.

Na entrevista a seguir, a médica e escritora revela mais detalhes sobre como concilia as duas carreias e compartilha detalhes da produção da obra. Confira:

Por que você decidiu entre tantos gêneros escrever ficção científica distópica?
Anne C. Beker: Eu adoro distopias e ficção científica, então o mais lógico foi juntar os dois estilos. Seja em filmes, séries ou livros, sempre me chamaram atenção. Além disso é interessante pensar, algumas vezes, como essas distopias podem fazer paralelos à nossa realidade e o que estamos fazendo hoje que poderia nos levar a essas realidades no futuro.

Teve algum escritor ou escritora como inspiração?
Anne C. Beker: Meu escritor favorito é Dan Brown, que escreve ficção, mas não distopia. Mas já vi várias entrevistas dele de como ele pensa os livros e as histórias e isso realmente me inspirou. Inclusive a trajetória de escritor dele.

Você é formada em medicina. Quando e como surgiu sua paixão pela escrita?
Anne C. Beker: Minha paixão por escrita e literatura começou muito antes da medicina. Eu comecei a ler e escrever com 3 para 4 anos. Aos 12 eu lia compulsivamente nos fins de semana, adorava livros enormes e muitas vezes passava as madrugadas lendo. Adolescente comecei um caderno de poemas e contos, escrevi outras coisas na faculdade, mas só tomei coragem de publicar ano passado.

Quais são os desafios de ser escritora e também médica? Como concilia as duas carreiras?
Anne C. Beker: Os desafios de ser médica e escritora hoje, para mim, são maiores que ser médica, afinal na medicina já formei há mais de 20 anos, então a experiência ajuda. O ser escritora é um mundo novo que ainda estou aprendendo. Então o escrever, fazer a história ter coerência, revisar, escolher parceiros para revisão, capa e tudo que envolve o livro, para mim ainda é desafiador. E claro, dividir o tempo entre família, escrever, trabalhar, e outros hobbies é sempre um desafio.

Como surgiu a inspiração para criar este livro? Qual foi a motivação?
Anne C. Beker: A inspiração surgiu em uma conversa com uma prima muito querida e então foi amadurecendo. Mas tem uma mistura de várias distopias, filmes e outras fontes que eu gosto. A motivação foi juntar esse pano fundo em uma história para refletir sobre: um, o que vai acontecer com nosso planeta se não pensarmos em ser mais sustentáveis e dois, a importância das pessoas que ocupam cargos de chefia, liderança e/ou governo.

Qual é a principal mensagem que a obra traz aos leitores?
Anne C. Beker: Reflexão sobre a importância dos objetivos das pessoas na vida e quanto pode ser desafiador e importante escolher entre o que é certo e o que é fácil.

Algum personagem do livro foi inspirado em sua vivência?
Anne C. Beker: Eu tenho dois filhos adolescentes e um pouco do temperamento dos personagens principais têm relação a personalidade e temperamento deles.

Você fez alguma pesquisa para escrever o livro, qual? Quanto tempo levou para escrevê-lo??
Anne C. Beker: Fiz algumas pesquisas para me certificar que era possível algumas formas de geração de energia que eu cito no livro, como por reciclagem de lixo e se haveria como fazer cultivo de alimento exclusivo em estufa, sem luz do sol. Demorei mais ou menos 6 meses para escrever, descontando a revisão e as outras etapas.

Você vai produzir um audiolivro de “Subterrâneo – Ascensão” pela Tocalivros. Porque decidiu apostar também neste formato?
Anne C. Beker: Decidi fazer audiolivro porque é uma mais uma forma de atingir as pessoas que preferem audiolivro ao invés de e-Book ou livro físico. Conversando com alguns amigos e ouvindo os leitores nas minhas redes sociais, alguns hoje preferem ouvir livros no carro ou quando fazem atividades físicas, então achei uma oportunidade de difundir mais a história.

Além desse lançamento, você pretende publicar duas obras que serão continuações. O que seus leitores e leitoras podem esperar para essas histórias?
Anne C. Beker: Podem esperar uma história com diversidade, protagonistas femininas independentes e fortes, vários plot twists e muitos jogos de poder e traições.

3 dicas de motivação para a leitura
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3 dicas de motivação para a leitura

Nem sempre ter motivação para leitura é uma tarefa fácil. Se você, assim como eu, é dessas pessoas que é capaz de ler um livro de 500 páginas em um dia e depois passa cinco meses sem ler sequer um capítulo, bem-vindo ao clube. Mas, se você é dessas pessoas que tem uma super motivação e consegue transformar da sua leitura, um hábito diário, também seja bem-vindo ao clube e vem ensinar a gente!

+ 5 livros que pretendo ler este ano (ainda!)
+ 4 dicas para quem precisa de inspiração para escrever

A leitura é uma tarefa que pode (e deve) te trazer prazer. É comum se perder na motivação para leitura em meio a metas irreais que nós mesmos colocamos na gente e perto de outras pessoas que sempre parecem ler mais do que nós, humanamente, conseguimos. Mas, calma! Nós queremos te ajudar e por isso, separamos três dicas que podem te ajudar a ter mais motivação para leitura.

Não force (muito!) a ter motivação para leitura

Não se force muito. Se você perceber que é só uma preguiça momentânea, tente dar um empurrãozinho para engatar na leitura. Se não, deixe para outro dia e tente fazer outra coisa. De vez em quando, nós até precisamos daquela forcinha extra para engatar (afinal, todos temos dias preguiçosos), no entanto, tem momentos que não adianta forçar nada que isso só vai ser mais prejudicial para nós, nossa motivação e para a ressaca literária que vem depois.

Faça da leitura um hábito diário

Não precisa ler muito, mas tente ler, ao menos, uma página ou um parágrafo por dia. Faça com que a leitura se torne um hábito diário, nem que seja por pouco tempo. Dessa forma, você consegue adiantar suas leituras e ainda consegue descansar a mente viajando em uma ótima história ou só saindo um pouco da frente das telas, mesmo (e de quebra fica motivado para leitura sempre).

Torne o ambiente mais agradável

Se você não consegue engatar na leitura, veja se o seu ambiente esta propício para que você consiga ficar confortável. Quando estamos imersos em um bom livro, é comum que a gente fique horas no mesmo lugar e na mesma posição, por isso, invista em tornar seu ambiente mais agradável. Escolha um lugar silencioso da casa, ou coloque uma música calminha e instrumental de plano de fundo, ajeite a coluna para não dar dor depois e bora pra maratona!

E aí, você já usou alguma dessas dicas para se manter motivado para leitura? Compartilha com a gente nos comentários o que você faz normalmente!

5 livros que pretendo ler este ano
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5 livros que pretendo ler este ano (ainda!)

O ano está acabando e com ele, a gente já começa a estipular as metas para ler os últimos livros antes que 2022 chegue. Confesso, esse ano, li menos livros que o ano passado. Li muito pouco, fiquei preso em obras gigantes e densas da pós-graduação e acabei deixando as minhas leituras de passatempo de lado.

No entanto, antes que o ano acabe, separei 5 livros que pretendo ler ainda este ano. Se vou conseguir (é muito provável que não), é outra história.

Os sete maridos de Evelyn Hugo, Taylor Jenkins Reid

(Esse eu com certeza vou ler este ano!)

Com todo o esplendor que só a Hollywood do século passado pode oferecer, esta é uma narrativa inesquecível sobre os sacrifícios que fazemos por amor, o perigo dos segredos e o preço da fama.

Lendária estrela de Hollywood, Evelyn Hugo sempre esteve sob os holofotes ― seja estrelando uma produção vencedora do Oscar, protagonizando algum escândalo ou aparecendo com um novo marido… pela sétima vez. Agora, prestes a completar oitenta anos e reclusa em seu apartamento no Upper East Side, a famigerada atriz decide contar a própria história ― ou sua “verdadeira história” ―, mas com uma condição: que Monique Grant, jornalista iniciante e até então desconhecida, seja a entrevistadora. Ao embarcar nessa misteriosa empreitada, a jovem repórter começa a se dar conta de que nada é por acaso ― e que suas trajetórias podem estar profunda e irreversivelmente conectadas.

O Seminário – Livro 1, Jacques Lacan

(Esse eu acho que não vou terminar de ler este ano)

Desde 1973, Jacques-Alain Miller vem lançando os 26 volumes de O Seminário, referente aos seminários ministrados por Lacan em Paris, de 1953 a 1980 – indispensáveis para o conhecimento integral da revolucionária leitura empreendida por Lacan da obra de Freud. Acompanhando de perto os lançamentos na França, a Zahar publica mais essa grande contribuição para o campo psicanalítico no Brasil.

Além dos princípios de prazer, Sigmund Freud

(Esse é curtinho, talvez eu consiga ler este ano ainda)

[…] não podemos nos admirar com o fato de tantos processos na vida psíquica acontecerem independentemente do princípio de prazer. Até 1920, a psicanálise considerava que o princípio do prazer e o princípio da realidade eram as duas principais forças motrizes do aparelho psíquico: o primeiro seria um resquício da infância e nos impeliria a buscar sempre a gratificação imediata, e o segundo estaria por trás da capacidade de protelar gratificações e agir racionalmente. Mas no início dos anos 20, com a Europa assolada por uma batalha de trincheiras mortífera e sanguinária, Freud, impactado pelos sintomas dos neuróticos de guerra, voltaria sua atenção a algumas ideias já antecipadas vinte anos antes, em A interpretação dos sonhos. Baseando-se em conhecimentos de biologia e revendo a compulsão à repetição e o desejo de morte, pensou que deveria haver na psique humana algo mais, ‘mais além’ do princípio de prazer: tendências mais primitivas e dele independentes. Seriam resquícios dos primórdios da vida orgânica: uma tendência de retorno ao inanimado, que estaria presente em todos os seres vivos. Examinando o papel e a potencial prevalência da compulsão à repetição no princípio de prazer, Freud desenvolve a ideia da oposição de Eros (instinto de vida) e Thánatos (impulso de morte), que estaria presente em todos nós. Tal raciocínio é formulado num de seus ‘textos genéticos’, isto é, trabalhos em que novas ideias vão sendo gestadas como que diante dos olhos do leitor. Com esta nova teoria do aparelho psíquico, Freud amplia os limites da psicanálise, abrindo um novíssimo campo de reflexão para o conhecimento humano. Pela primeira vez se postulava no psiquismo uma tendência destrutiva. Com a ideia de pulsão ou impulso de morte, revolucionavam-se os alicerces da psicologia profunda. De quebra, Freud medita sobre a natureza da própria reflexão psicanalítica, num texto que revela todo o seu gênio criativo.

Mister, E.L. James

(Outro que já comecei, mas não sei se termino de ler este ano)

Uma nova história de amor apaixonante escrita pela autora que arrebatou milhões de corações no mundo todo com a Trilogia Cinquenta tons de cinza

Depois de vender 7 milhões de livros só no Brasil e de ter três de suas obras transformadas em filmes de sucesso, E L James volta com Mister, um novo romance que vai deixar os leitores sem fôlego até a última página.

Maxim Trevelyan é inglês, bonito, rico, nunca precisou trabalhar e quase nunca dorme sozinho. Essa vida fácil muda quando uma tragédia acontece e Maxim herda um título de nobreza, as propriedades da família e toda a responsabilidade que vem com isso. É um papel para o qual ele não está preparado, e que agora deve se esforçar para desempenhar.

Mas o maior desafio de Maxim vai ser lutar contra a atração por uma jovem enigmática que conheceu recentemente e que guarda um segredo do passado. Discreta, Alessia é misteriosa e sedutora, e logo o desejo de Maxim por ela se transforma em algo que ele nunca experimentou e não ousa nomear. Mas, afinal, quem é Alessia Demachi? O que ela esconde? Maxim será capaz de protegê-la do mal que a ameaça? E o que ela fará quando souber que ele também tem seus segredos?

Do coração de Londres, passando pelo cenário rural da Cornualha até a sombria e ameaçadora beleza dos Bálcãs, Mister é uma história de amor e suspense que vai deixar os leitores de E L James apaixonados.

Livro 3: Venha o que vier: Any Way the Wind Blows, Rainbow Rowell

(Ainda preciso comprar, mas queria muito ler este ano ainda!)

No aguardado desfecho da trilogia Simon Snow, nossos heróis tentam seguir em frente de uma vez por todas ― mas ainda há algumas perguntas a serem respondidas.

Em Sempre em frente, Simon Snow e seus amigos perceberam que tudo o que sabiam sobre o mundo podia estar errado. E em O filho rebelde, eles se perguntaram se o que estava errado era o que sabiam sobre si mesmos.

Em Venha o que vier, Simon, Baz, Penelope e Agatha procuram um jeito de seguir em frente.
Para Simon, isso significa decidir se ainda quer fazer parte do Mundo dos Magos ― e, se não quiser, o que isso representa para seu relacionamento com Baz?
Enquanto isso, Baz está dividido entre duas crises familiares e sem tempo algum para compartilhar com alguém seus novos conhecimentos sobre vampiros. Penelope adoraria ajudar, mas trouxe um americano normal para Londres e não tem ideia do que fazer com ele. E Agatha? Bom, Agatha Wellbelove já está farta de aventuras.

Venha o que vier leva os quatro amigos de volta à Inglaterra e à Watford e às suas famílias. Cada um a seu modo, todos estão prestes a viver a aventura mais longa e emocionalmente dolorosa de todos os tempos.

A conclusão dessa saga, que começou como uma história sobre o Escolhido, chega revelando segredos, dando as respostas que faltavam e resolvendo todos os mistérios. Venha o que vier é um livro sobre colocar um ponto-final nos lugares certos, sobre catarse e conclusão, sobre escolher seguir em frente apesar dos traumas e dos triunfos que tentam nos definir.

Dia Nacional do Livro: Fundação Dorina Nowill para Cegos incentiva a leitura acessível para pessoas cegas ou com baixa visão
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Dia Nacional do Livro: Fundação Dorina Nowill para Cegos incentiva a leitura acessível para pessoas cegas ou com baixa visão

No dia 29 de outubro é comemorado o Dia Nacional do Livro. Por meio dele, as crianças e adultos aprendem, se divertem e adquirem conhecimento. A Fundação Dorina Nowill para Cegos reconhece a importância deste conteúdo para a educação e cultura e tem se dedicado a levar esse material para o maior número possível de pessoas poder usufruir da leitura acessível.

+ A falsa inclusão social de surdos no Brasil

A entidade atua com a produção e distribuição gratuita de livros em Braille, fonte ampliada, conteúdos digitais e audiolivros para todo o Brasil. Além disso, a instituição fomenta a Rede de Leitura Inclusiva, iniciativa que cria conexões em âmbito nacional com diversos parceiros que carregam o propósito de fomentar a necessidade da leitura.

“Nosso trabalho é incluir e transformar. Por isso, nós criamos diálogos com diversas pessoas que se interessam pela leitura acessível, sejam áreas da educação ou empresas privadas. A nossa área também incentiva que as pessoas cegas ou com baixa visão sejam protagonistas na criação das suas próprias histórias. E, um dos exemplos disso, são os debates virtuais que promovemos e que incentivam a escrita em Braille”, conta Perla Assunção, Articuladora da Rede de Leitura Inclusiva da Fundação Dorina Nowill para Cegos.

O trabalho da Rede de Leitura, aliás, vai além. Com atuação em vários estados brasileiros, o grupo incentiva a produção de novos conteúdos acessíveis. Exemplo disso é e-book “Conte Uma História”, que foi desenvolvido com apoio da instituição. A publicação possui 12 textos diferentes, que foram escritos por pessoas cegas ou com baixa visão – a mais nova delas, uma criança de seis anos. A publicação é totalmente acessível e foi traduzida para a linguagem de libras.

Os autores foram selecionados a partir do projeto “Desafio Inclusivo BPSC: Conte uma História” lançado pela Biblioteca Pública de Santa Catarina e GT da Rede de Leitura de Santa Catarina. O e-book, será lançado hoje, 29 de outubro, às 16h00, em seu canal do Youtube .

Maior gráfica Braille da América Latina

Vale ressaltar que a instituição possui a maior gráfica Braille da América Latina. Com capacidade de impressão de cerca de 450 mil páginas Braille por dia, a área distribui mais de 221 mil livros acessíveis para todo o Brasil. Além disso, a instituição é responsável pela impressão Braille do maior projeto de produção de obras didáticas do mundo, o Plano Nacional do Livro Didático.

“Desde que foi inaugurada em 1946, a Fundação para o Livro do Cego no Brasil nasceu com propósito de incentivar a produção gratuita de materiais em Braille para pessoas cegas ou com baixa visão. E até hoje carregamos esse propósito, por isso, a leitura é tão importante entre todas as atividades que promovemos, pois, garante autonomia, inclusão e carrega o legado pelo qual a instituição nasceu”, conta Alexandre Munck, superintendente executivo da Fundação Dorina Nowill para Cegos.

A Fundação Dorina distribui gratuitamente livros em braille, falados e digitais acessíveis, para cerca de 3000 escolas, bibliotecas e organizações de todo o Brasil. Ao longo dos anos, a instituição já produziu mais de 6 mil títulos e 2 milhões de volumes em braille. Também foram produzidas mais de 2,7 mil obras em áudio e cerca de outros 900 títulos digitais acessíveis.

Os pedidos para produção de livros chegam por meio de dois canais: via área Comercial, que lida diretamente com pessoas físicas e jurídicas que contratam as Soluções em Acessibilidade da Fundação Dorina. Ou por meio dos projetos de Leis de Incentivo, que subsidiam as nossas ações de promoção da leitura acessível.

Dados sobre leitura acessível no Brasil

Em 2019, a Fundação Dorina realizou pesquisa qualitativa e quantitativa junto ao Datafolha, que traçou o perfil das pessoas com deficiência visual com práticas de leitura, conforme apontam os dados abaixo. Na ocasião, a pesquisa mostrou que 57% das pessoas com deficiência visual (cegos ou com baixa visão) têm interesse pela leitura, mas apontam grandes dificuldades para encontrar publicações acessíveis.

• O Braille é o único sistema capaz de alfabetizar as pessoas cegas ou com baixa visão, e é utilizado por 34% dos leitores.

• Quem carrega o hábito de leitura são, em sua maioria, mulheres de escolaridade elevada.

• Segundo os entrevistados, as editoras não se importam com a leitura acessível.

• As pessoas cegas ou com baixa visão informaram que os livros são uma de ampliar o conhecimento, promove experiências sensoriais e são formas de lazer.

• A pesquisa ainda mostra que 39% dos entrevistados costumam ler todos os dias, 57% têm interesse em livros e 71% deles sente prazer na atividade.

• Os gêneros mais procurados são os religiosos ou espiritualistas, que despertam o interesse de 76% dos participantes, seguidos por romances e dramas com 68%.

• 19% dos entrevistados sentem falta de materiais acadêmicos.

• 25% dos entrevistados atribuíram nota 9 ou 10 para a facilidade de encontrar livros didáticos, enquanto 61% classificaram esse processo com nota 6 – ou menor. O número diminui em avaliação qualitativa: só 13% atribuíram as duas maiores notas.

Dia nacional do livro
Colunas, Livros

Você sabia que o Dia Nacional do Livro é comemorado em 29 de outubro?

O que significa, para mim e para você, um livro? Hoje é Dia Nacional do Livro!

Em uma famosa conferência, o escritor argentino Jorge Luis Borges afirma o seguinte: “Dos diversos instrumentos do homem, o mais assombroso, sem dúvida, é o livro”. Ao longo da mesma conferência, Borges justifica o seu assombro. O livro, segundo sua visão, é o resultado da memória e da imaginação humanas. O encontro do leitor com um livro, conclui, é uma forma de felicidade. Eu não poderia concordar mais com isso. Outro conhecido escritor, famoso pela criação de assombros e reinos fantásticos, é o britânico Neil Gaiman. Também em uma conferência, Gaiman reflete sobre o livro e o compara a um tubarão. Faz todo sentido. Ao longo das últimas décadas, vimos o nascimento, triunfo e decadência de uma série de mídias. O vinil, o CD, o VHS, a fita K7, o blu-ray, o MP3 (lembram do Napster e do Winamp?). Enquanto isso, como um ser pré-histórico, lento, eficaz e sobrevivente, o livro observava a tudo, recusando-se, como um tubarão pré-histórico, a ser extinto.

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Tive uma breve passagem na minha carreira como vendedor de livraria. Uma vez, em uma reunião com um dos meus chefes, ouvi dele que o negócio das livrarias não era vender livros, e sim “informação”. Sem dúvidas, um livro é composto por informação, que se materializa diante de nós na tela ou em uma folha de papel. No entanto, eu creio que o livro não continua a ser amado por todos nós porque ele é pura utilidade. Não. O livro é um convite ao afeto, porque encontrá-lo é o início de um relacionamento. Assim, todos que convivemos com os livros temos ao menos um com o qual, independentemente do seu conteúdo, criamos uma relação visceral, quase amorosa. Talvez seja o primeiro livro que ganhamos, talvez tenha sido a herança de alguém que partiu da existência e não está mais entre nós, talvez seja o livro daquela nossa escritora favorita… cultivamos, ao longo da vida, projetos, amores, amizades e, igualmente, livros.

A literatura adora os livros. Escritoras e escritores ao longo dos séculos nunca deixaram de tratar dos livros como um tema apaixonante. Às vezes, na literatura, os livros nos enlouquecem, ou nos libertam das amarras sociais; outras vezes, os livros são portadores de poderes mágicos e nos transportam para novos mundos, estranhos e desafiadores; os livros podem até ser nossos primeiros amantes, como no famoso conto “Felicidade clandestina”, de uma das minhas autoras favoritas, Clarice Lispector. De minha parte, sempre adorei as obras de ficção que falam sobre livros. É como se elas se tornassem parecidas com seus próprios leitores, em um jogo secreto de cumplicidade.

Falei de autoras e autores famosos. Falei de livros como espelhos de outros livros. Falei de tubarões. Mas o que significa o livro para cada um de nós, leitores e leitoras de “carne-e-osso”, pessoas à mercê do tempo e da história? Um ex-orientando meu uma vez me confidenciou que ele era a primeira pessoa da sua família a conseguir comprar um livro. Há alguns anos, em sala de aula, levei para uma turma de Letras alguns livros de contos de fadas bem bonitos, luxuosos, de capa dura e ilustrações coloridas, papel denso, macio e cheiroso. Parte da turma folheou os exemplares extasiada. Uma aluna, no entanto, teve uma reação que nunca esqueci. Ela se recusou a tocar os meus livros. Eles pareciam, para ela, um bicho esquisito, insólito. A aluna me disse, depois, que aqueles livros lhe aparentavam ser um escândalo de luxo e preços altos. Em um país em que, a cada ano, mais e mais livrarias fecham, bibliotecas públicas são largadas às traças e em que o desemprego, a crise econômica e a violência esmagam a vida de milhões de brasileiros, o livro soa como um luxo distante, ou imerecido.

Desta maneira, livros significam para nós formas, às vezes cruéis, de distinção ou de humilhação. Livros são nossos desejos e aspirações. Ou instrumentos – nesse sentido de nenhum modo diferentes de uma faca, de um algoritmo, de um motor de automóvel – para a resolução de um problema e a obtenção de um objetivo. Nós, pessoas que caminhamos entre os livros, os manchamos, os carregamos, os rasgamos, os riscamos, os trocamos, os vendemos, os doamos, os esquecemos. Em seu ensaio “Obsessão positiva”, a grande autora de ficção científica Octavia E. Butler conta que sua mãe tinha o costume de ler para ela histórias de ninar. Com o passar do tempo, a jovem Butler passou a se interessar cada vez mais por aquelas histórias, até que sua mãe um dia lhe disse: “- O livro está aqui. Agora, leia você”. Butler, então, comenta no ensaio: “Ela não sabia o que estava tramando para nós duas”.

A lição de Butler é preciosa porque ela contém, escondida, uma grande definição do que significa um livro e o ato da leitura. Os livros são objetos cheios de tramoias, não é mesmo? É que, enquanto os lemos, eles reescrevem a nós mesmos.

E viva o Dia Nacional do Livro! 🙂

A importância da literatura e de conhecer e identificar um bom livro
Colunas, Livros

A importância da literatura e de conhecer e identificar um bom livro

O termo “literatura” possui várias denotações. Pode referir-se a textos poéticos, ou romances, ou textos em geral como os compêndios de português, de matemática, de geografia, de história etc. Pode ser aplicado de forma abrangente, por exemplo, quando dizemos “em toda literatura médica”, e assim por diante.

Como diz o professor, jornalista, escritor e sociólogo Robert Escarpit “a literatura existe. Ela é lida, vendida, estudada. Ela ocupa prateleiras de bibliotecas, colunas de estatísticas, horários de aula. Fala-se dela nos jornais e na TV. Ela tem suas instituições, seus ritos, seus heróis, seus conflitos, suas exigências. Ela é vivida cotidianamente pelo homem civilizado e contemporâneo como uma experiência específica que não se assemelha a nenhuma outra”.

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Dessa forma, sua importância não se restringe apenas às salas de aula, mas abrange toda a vida social do indivíduo enquanto professor, estudante, homem, mulher, adolescente, criança. Ou simplesmente o “curioso” que pega na mão um livro e vê apenas a sua capa.

Na abordagem acadêmica, a literatura oferece ao estudante a oportunidade de buscar matérias e discussões sobre os vários contextos e épocas anteriores à sua, de modo que possa analisar as diferenças existentes entre passado e presente.

Ela ainda permite a imaginação, por meio desses dados, sobre fatos futuros. É assim, por exemplo, quando se lê um livro como Vidas Secas, de Graciliano Ramos. A obra traz em si o caráter denunciante da triste realidade de um povo sofrido. No passado e no presente, escritores revelaram e denunciaram aspectos sociais desfavoráveis por meio da literatura.

Para o bem da discussão, uma verdade é que a literatura está presente nas vidas dos cidadãos participativos ou participantes. E daqueles conscientes ou inconscientes dessa realidade. Isso porque ela nos oferece subsídios para estudar, analisar, transformar ou manter comportamentos; enriquecer currículo; conhecer nossa história; admirar formas; respeitar valores; melhorar atitudes; mudar política e socialmente, crescer intelectual e culturalmente.

E o melhor de tudo: não é necessário ir tão longe, basta uma biblioteca ou um aplicativo. Muitas vezes nem sequer é preciso sair de casa, o que importa é folhear as páginas do livro e viajar na imaginação. Como cita Vítor Manuel de Aguiar e Silva, a leitura “exprime, de modo inconfundível, a alegria e a angústia, as certezas e os enigmas do homem”.

E como conhecer e identificar um bom livro? Veja algumas dicas:

1) Procure conhecer o autor

2) Leia a apresentação na capa e contracapa

3) Procure ler referências de outros leitores

4) Geralmente as orelhas apresentam sinopse sobre o livro

5) Capa e título geralmente apresentam os assuntos

6) Procure ler o índice ou sumário

7) Procure livros de interesse permanente